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Acerto de Contas - Conto Interativo

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Mensagem por Viajante, o Cruzado Qui Ago 08, 2013 7:44 am

Aviso escreveu:Off: Este é um conto interativo. Basicamente, ele se passa no Vale Gris e envolverá vários de meus personagens - Alamara, Mystaluna, Quaesitor e outros. Quem quiser participar com seus próprios personagens, seja bem-vindo, que moldarei a história conforme a necessidade. Também sugiro quem quiser participar que façamos RP de pontos da história no jogo e então façamos referência a esses eventos na narrativa.

Este conto se passa algumas semanas após "Encontros Inesperados". Após deixar Mulgore, Alamara rumou para os Sertões, onde ajudou os rebeldes, e após ajudar Elinliel e discutir com Nakine (eventos de RP no jogo), permaneceu no Vale Gris para se esconder e refletir sobre si mesma.
Prólogo

Acerto de Contas - Conto Interativo 10-1

A luz do Sol, em tonalidade ora esverdeada, ora púrpura, mal alcançava ali, filtrada por entre os frondosos galhos das colossais árvores do Vale Gris. Aquele trecho da mata era conhecido como Floresta Noturcanto, e tal nome não lhe fora dado à toa: os sons de pássaros, água, folhas e animais se misturavam com o silvo do ventos que cortam a região, criando uma sinfonia serena e constante.

Ali, sobre o chão coberto de folhas e raízes, a forma esguia de uma elfa sangrenta movia-se furtivamente, parcialmente camuflada pela capa e capuz esmeraldas que a confundiam com a vegetação. Com o arco em mãos, pronto para disparar a qualquer sinal de perigo, Alamara movia-se com cuidado, procurando sinais dos vultos que percebera poucos minutos antes.

Alamara sabia dos perigos da região - estivera ali antes, auxiliando a invasão  da Ofensiva Brado Guerreiro em nome da Horda. Ela lutara contra os elfos noturnos tanto no Vale Gris como em Azshara, mas aqueles eram tempos passados. A Horda estava em caos, dividida entre rebeldes e os leais ao Chefe Guerreiro Garrosh Grito Infernal. Os trolls Lança Negra, taurens do Penhasco do Trovão e o próprio povo de Alamara, os elfos de Quel'thalas, se moviam para depor Garrosh. Alamara mesma ajudara os rebeldes nos Sertões por um curto período de tempo, antes que o acaso a trouxesse a estas matas.

Ela temia, contudo, que os vultos que a espreitavam não eram nem membros da Aliança, nem orcs leais ao Chefe Guerreiro. Alamara tinha dívidas a pagar com seu próprio povo, cujas ordens ela traíra na Ilha do Trovão alguns meses antes. Ela sabia que por meses agentes de Quel'thalas tentavam rastreá-la. Por semanas, ela se escondeu na Ilha de Gigantes, mas motivos diversos a trouxeram de volta a Kalimdor. Talvez sua breve atuação como revolucionária nos Sertões tivesse alertado seus perseguidores?

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Acerto de Contas - Conto Interativo 10-0

Assim como sua presa, Quaesitor esgueirava-se pelas sombras da mata nervosamente, buscando camuflar-se entre a vegetação. Como Andarilho, o elfo sangrento já ouvira falar de Alamara. Quando recebera a tarefa de encontrar pistas da traidora, ele sabia que teria uma árdura tarefa em mãos. Antigos companheiros da elfa a descreviam como talentosa e hábil tanto no manejo do arco como no talento para a sobrevivência, e ela tinha experiência de décadas à frente de seu perseguidor. Nada disso o impediria de cumprir seu dever e entregá-la à justiça de Luaprata.

Quaesitor tinha se especializado no uso de armas brancas; sua espada e adaga estavam prontas para serem sacadas ao menor sinal de perigo. Embora não tivesse modo com animais, o patrulheiro conseguia esconder-se e esgueirar-se como poucos. Por muitas vezes, seus talentos como assassino e espião garantiram a segurança de Quel'thalas nas lutas contra os trolls Amani e os mortos-vivos do Flagelo.

Alamara o evadiu em diversas ocasiões, estando sempre um passo à frente de Quaesitor. Mesmo quando era avistada por contatos do patrulheiro, como ocorrera recentemente em Mulgore, a elfa tinha o talento de desaparecer. Ele estava em Orgrimmar quando seu mais novo aliado o contatou. Quaesitor não sabia o que pensar daquele bruxo, mas apesar de seu olhar ensandecido e óbvias segundas intenções, o bruxo tinha informações sobre Alamara que mostraram-se precisas.

Quaesitor partira de Orgrimmar decidido a capturar sua presa. Em companhia de aliados Sin'dorei e mercenários de várias raças da Horda, ele seguiu as instruções do bruxo, encontrando rastros da elfa por toda Vale Gris.

"Ela está próxima", a voz do bruxo ecoou na mente de Quaesitor, transmitida por alguma magia vil. "Logo além das árvores à sua frente. Eu posso ver através de meus feitiços. Ela está ciente de nossa presença, e pronta para combate."

"Dê sinal aos outros", murmurou Quaesitor, sabendo que de alguma forma o bruxo o ouviria. "Indique ao troll e ao tauren a posição dela. Nós a cercaremos e a faremos se revelar. Então todos atacam em conjunto."

"Com prazer. Com muito prazer", ecoou a voz do bruxo novamente. Quaesitor pensou também ter ouvido uma gargalhada distante.

Quaesitor sorriu. Finalmente, seu êxito se aproximava.


Última edição por Viajante, o Cruzado em Qui Ago 08, 2013 5:23 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Viajante, o Cruzado Qui Ago 08, 2013 5:22 pm

Parte 1 - Emboscada

Os sentidos apurados de Alamara perceberam sons vindos dos arredores. Virando-se, seus olhos notaram um vulto se esgueirar entre as imensas raízes que tomavam a paisagem. A elfa apontou o arco naquela direção, recuando cuidadosamente, tentando manter-se escondida. Talvez seu rastreador ainda não a tivesse visto.

Outro som veio por trás. Reagindo rapidamente, Alamara virou-se a tempo de ver um imenso leão saltar das sombras. Um leão com chifres. A mente da caçadora por um instante cogitou ser Nakine em sua forma felina, mas aquele druida tinha uma forma diferente, maior e mais ameaçadora. O tauren-tornado-leão avançou rosnando, saltando num bote poderoso. Alamara esquivou-se num movimento célere para o lado, saltando entre as raízes e disparando uma flecha. O projétil atingiu o druida um pouco acima da perna dianteira, fazendo-o tombar de repente. Ao mesmo tempo, Loupram, o fiel lobo branco de Alamara, avançou sobre o oponente caído.

O druida, ainda em forma leonina e com a flecha de Alamara cravada em sua carne, se ergueu antes que Loupram o alcançasse. Num instante, assumiu a poderosa forma de urso pouco antes que as presas do lobo se fechassem contra seu pescoço. O druida-urso ergueu-se sobre duas patas, desvencilhando-se da mordida de Loupram e então apoiando-se novamente sobre quatro patas para lutar contra o animal.

Alamara preparava uma segunda flecha, procurando algum ponto vital vulnerávei no druida agressor. Antes que pudesse obter mira, viu pelo canto da visão a forma de um raptor esverdeado avançar sobre ela liberando um urro estridente. A elfa saltou e correu na direção oposta, tentando ganhar distância enquanto o réptil a perseguia furiosamente. Flechas voaram da mata, vindas por trás do raptor, mas tendo Alamara como alvo. Surgido entre as folhagens, um imenso troll em trajes tribais as disparava, urrando gritos de guerra no idioma zandali.

Alamara agilmente se movia entre folhagem, raízes e galhos, usando as árvores como cobertura contra as flechas e tentando evitar a aproximação do raptor, mas o réptil ainda se aproximava furiosamente. Em meio à corrida, a caçadora sacou uma flecha especial de sua aljava, saltou girando no ar e disparou contra o chão logo atrás dela. Em seguida, pousou gentilmente e tornou a correr. A flecha estourou ao bater no chão, liberando uma substância pegajosa que reteve as patas do raptor assim que o animal pisou nela, fazendo-o tombar por alguns instantes.

"Preciso despistá-los", pensou Alamara. Ela sabia que havia ainda outros agressores nas proximidades. Não tinha sequer certeza se conseguiria enfrentar o tauren druida ou o caçador trólico juntos, e que suas chances de fuga seriam nulas se não evitasse os outros companheiros dos dois. Embora não pudesse vê-lo dali, Alamara sabia que um rio caudaloso corria pouco adiante. Se alcançasse a água, talvez tivesse uma chance.

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Quaesitor sorriu ao perceber que o plano funcionara. Assim como ele, Voor'mas e Anshek eram acostumados às matas. O troll e o tauren forçaram Alamara a mover-se na direção do patrulheiro, que preparava-se para o bote, sacando a espada e adaga que estavam embainhadas à cintura. Os olhos da caçadora falharam em percebê-lo espreitando, e assim que ela se aproximou o bastante, Quaesitor saltou para fora das folhagem, atacando silenciosamente.

Alamara foi pega de surpresa pelo elfo sangrento alto, com cabelos castanhos e trajado em couro verde que surgiu das sombras à esquerda dela, desferindo golpes rápidos de espada e adaga. O instinto fez a elfa se evadir, mas a espada resvalou no braço exposto dela, provocando um corte doloroso. Alamara tombou e rolou no chão, impulsionada por sua esquiva improvisada.

"Entregue-se, Alamara", o elfo disse em voz alta, avançando para preparar um novo ataque. A caçadora pode reconhecê-lo como um patrulheiro de sua ordem, os Andarilhos de Quel'thalas.

Alamara nada disse, reagindo num salto rápido para se levantar e recuando alguns metros num segundo movimento, ao mesmo tempo em que apontava o arco para o novo atacante.

"Eu sou Quaesitor dos Andarilhos, entregue-se e a levaremos a um julgamento justo em Luaprata", disse o patrulheiro, completando: "Resista e morrerá aqui".

Troll, Voor'mas, e seu raptor surgiram contornando a elfa para cercá-la. Quaesitor se questionava onde estava o Anshek, mas imaginava que o druida ainda enfrentava a resistência do lobo branco em algum lugar próximo. Ao mesmo tempo, Quaesitor sorriu ao ouvir sons de reforços se aproximando por trás dele. Seus aliados de Luaprata se aproximavam, logo a elfa não teria mais chances de fuga.

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Alamara desesperou-se ao notar duas figuras élficas aproximando-se por trás do tal Quaesitor. Ao contrário do patrulheiro, do troll e do tauren, esses elfos moviam-se com dificuldade pela vegetação. Provavelmente tinham sido deixados afastados porque atrapalhariam seus companheiros a surpreendê-la. Uma era uma mulher de cabelos dourados e vestes vermelhas; o outro um homem de cabelos prateados, empunhando uma espada de duas mãos e vestindo uma armadura negro-rubra típica dos Cavaleiros Sangrentos.

Pior ainda, Alamara sentiu tontura súbita. Suas pernas bambearem, e uma ardência incomum incomodava no ferimento no braço, que parecia mais pesado e impreciso. A lâmina do elfo Quaesitor tinha sido envenenada.

Hesitando por alguns instantes, a mente da caçadora considerava as possibilidades. Entregar-se provavelmente significaria a condenação à morte por traição. Lutar a levaria à morte imediata. Estava ali sozinha. Desejava que Nakine surgisse, ou talvez Viajante. Ou Venatore ou Elinliel. Ou Penne. Sozinha ela não tinha chances de enfrentar tantos oponentes, sua única opção era fugir antes que o veneno a deixasse tórpida demais para correr.

Então, a elfa assobiou, ao mesmo tempo em que liberou a flecha que estava armada em seu arco.

O assobio chamou a atenção de Lazalle, a águia de Alamara, sua eterna guardiã e companheira. A ave de rapina desceu das árvores como um raio sobre o troll, atacando-o com os gadanhos e impedindo-o de mirar. O raptor avançou sobre a águia para ajudar seu mestre.

Ao mesmo tempo, a flecha de Alamara forçou Quaesitor a esquivar-se, mas ela não estava mirando nele, e sim na elfa sangrenta de vestes rubras que vinha atrás. Alamara identificara-a como uma maga, provavelmente o oponente mais perigoso ali. A flecha a atingiu no ombro, forçando-a a cair com o impacto. Uma pena, pois a caçadora tinha mirado-a na garganta.

Quaesitor perdera um precioso instante ao esquivar-se do falso ataque. Alamara aproveitou a distração para correr. Saltou sobre as raízes e entre a folhagem, traçando caminhos que atrasariam perseguidores pouco acostumados com as matas. Sem olhar para trás, ela percebia que o patrulheiro movia-se rapidamente em perseguição, aproximando-se cada vez mais. "Ele é bom", a elfa pensou, "ou o veneno está fazendo efeito rápido".

Logo adiante, Alamara viu as águas do rio. Sentiu Quaesitor agarrá-la pela capa, mas ela reagiu desvencilhando-se do manto e capuz. Puxando a capa agora livre, Quaesitor caiu ao chão, mas logo se punha em pé. Com os longos cabelos vermelhos ao vento, a caçadora continuou a correr, saltando nas corredeiras turvas, profundas e frias. Ao impacto com a água se seguiu o empurrão súbito da correnteza. Enfraquecida pelo veneno e surpreendida pela força das água, a elfa sentiu o arco escapar de suas mãos. Logo se viu submersa e com pouco ar, sendo jogada pela correnteza de tal forma que perdia a noção se estava afundando ou emergindo.

A elfa logo sumia da vista de seus perseguidores, desaparecendo rio abaixo.

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Quaesitor parou à margem do rio, sussurrando um aborrecido xingamento em talassiano, ao mesmo tempo em que embainhava suas armas. Virou-se em seguida, fitando os companheiros élficos. Tendo já retirado a flecha da companheira maga, o cavaleiro sangrento Adramalor evocava a Luz para curá-la. Em seguida, ele virou-se a Quaesitor, disse em tom de desdém: "Impressionante, você a deixou escapar. Não podia esperar nada melhor vindo de um Andarilho".

"Cale-se, cavaleiro sangrento", Quaesitor retrucou. "Você está aqui sob minhas ordens, e só vai falar quando eu permitir. Você reclama demais, mas não é surpresa considerando que sua única contribuição ao grupo até o momento foi fazer muito barulho enquanto caminhava pela mata."

O troll Voor'mas aproximou-se de Quaesitor. Quando Alamara desapareceu nas águas, a águia dela abandonou o ataque e fugiu para as árvores. Os ferimentos no troll já começavam a cicatrizar, graças à sua regeneração natural. "Desculpa aí, cara, mas a gente menosprezou a caçadora. Ela é boa, muito boa."

"Muito boa, sim. Muito boa, realmente", uma voz sinistra ecoou da mata, "Mas logo estará em meu poder. Em nosso poder. Sim, estará". Das sombras surgia uma figura encapuzada, vestindo trapos e andando com a ajuda de um longo cajado adornado.

Atrás do recém-chegado, e contrastando com sua aparência decrépita e frágil, o druida tauren, Anshek aproximava-se com uma postura de força e vigor.

"Anshek", chamou Quaesitor, "transforme-se em pássaro e siga o rio. Tente encontrá-la e seguí-la.

O druida meneou positivamente com a cabeça e no instante seguinte já batia asas e alçava voo, logo desaparecendo de vista.

"Elfo, minhas mágicas ainda podem encontrar nossa presa. Sim, podem", sorriu a figura decrépita, erguendo a face carcomida e fitando Quaesitor com olhos mortos que irradiavam ira. Uma risada sutil escapou por entre os dentes amarelados.

"Faça o que for preciso, bruxo, e eu farei tudo ao meu alcance", disse Quaesitor, "e refira-se a meu nome ou posto, e não à minha raça, ao falar comigo".

"Claro... elfo... Claro", sorriu o morto-vivo, rindo agora um pouco mais alto.

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Alamara tossia, tentando expelir a água que teimava em invadir sua garganta. De alguma forma, ela se agarrara a raízes e galhos e conseguira se arrastar até a margem apesar da debilidade cada vez mais intensa. Respirava com dificuldade, a cabeça girava. Não sabia onde estava, nem por quantos metros ou quilômetros foi levada pelo rio. Seu arco estava perdido na correnteza, assim como as flechas que levava na aljava. Tentava reunir forças para se levantar e se esconder, mas não conseguia.

No limiar da visão cada vez mais turva, Alamara notou formas humanóides esgueirando-se na mata próxima. Então viu um grupo de sentinelas noctiélficas se aproximar, apontando flechas para ela. Tentou erguer o braço e murmurar um pedido de socorro, mas não conseguia mais se mexer nem falar. Uma das elfas noturnas baixou o arco e murmurou algo em darnassiano às demais após se aproximar e não notar ameaça na elfa sangrenta caída.

Antes que as demais elfas noturnas se aproximassem, Alamara fechou os olhos e perdeu a consciência.
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Mensagem por Skkegiold Qui Ago 08, 2013 7:18 pm

Acerto de Contas - Conto Interativo 6-0

Pelos ares, uma figura profana era avistada. Trazia consigo os mais frios sopros de inverno de Nortúndria e agitava toda a presença viva ali com o seu sopro da morte. Não se encontrava vida ali. Não se encontrava luz ali. Ela apenas era engolida pela armadura negra daquilo que um dia foi chamado de humano. Sobre uma serpe, ele ia rasgando os céus em alta velocidade. Por mais irônico que pareça, ele queria se sentir vivo. Mas ali não se encontrava nada. Ele queria sentir novamente. Dor, alegria, tristeza, fome, raiva, alívio. Mas não. Tudo isso se ausentava nele. Ele estava preso num inferno gelado eterno. O mais quente deserto rejeitava seu calor castigante ao corpo daquela figura. Uma pequena alma o segura pelos ares, enquanto apenas observava o Vale Gris atentamente. Enxergava a figura das criaturas vivas. Ele observava o poder fluindo, o sopro vivo as animando.

Mas algo lhe chamou a atenção. Um grupo que entrava em conflito entre a Horda e a Aliança parecia estar novamente lutando pelos seus princípios ou talvez por próprios objetivos. Sorrateiramente assistia tudo aqui... Caminhando devagar, com um manto em sua face...

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Mensagem por Liezel, A Luz da Aurora Sex Ago 09, 2013 12:56 pm

Acerto de Contas - Conto Interativo 6-1

“Nakine?” - Ela sequer se mexeu, as patas para o ar, deitada numa posição provavelmente desconfortável para qualquer outro que não fosse um felino. “Nakine? Acorde!” - Voltou a repetir a vozinha irritante lá no fundo, o felino se virou para o lado, causando pequeno farfalhar de folhas próximas, mas continuava adormecido, pôs a pata por cima da orelha exposta, afim de abafar os sons externos. Era um dia preguiçoso, queria aproveitar o dia preguiçoso. Havia achado um bom lugar perto dos Oásis dos Sertões e não imaginava que ali alguém fosse lhe incomodar.

“Nakine, levante-se, a elfa está em apuros.” - Voltou a afirmar a voz, mas não tinha tido nenhum efeito, houve um pequeno farfalhar das folhas das árvores, com um suspirar breve de frustração. Então a druidesa levantou-se num arranque, as patas batendo contra o chão, o corpo retesado inteiro, tenso, pelos arrepiados e dentes expostos. Seu coração batia tão rápido que demorou para assimilar onde estava: havia sido um pesado.

Não.

Havia sido uma visão. O felino chacoalhou o corpo grande e começou uma breve corrida que terminou num salto, quando o pelo deu lugar as penas da grande ave de rapina, logo, estava no céu. Havia deixado Alamara sozinha, o tempo que fosse necessário, enquanto ela mesma começava a se desapegar da elfa: Alamara era problema, e Nakine tentava de todas as formas arrumar seu caminho... O que estava acontecendo agora? Por que os espíritos se agitavam tanto a sua volta? Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia muito bem para onde ir. Instinto? Aviso? Alerta? Não importava.

[…]

Acerto de Contas - Conto Interativo 1-1

A capa rubra repousava de maneira desleixada sobre a cadeira, livros caídos e abertos espalhavam-se pelo chão sujo e empoeirado, a iluminação ali era pífia, sequer digna de nota, apenas uma vela foca-se em manter a claridade. Sentava-se largada, as pernas sobre a mesa, a cadeira inclinada, apoiada apenas nas duas pernas traseiras, o “chifre” incendiário estava sobre a mesa, mas naquele momento era apenas uma pequena joia triangular que brilhava num fogo intenso. A foice-cajado recostava-se à parede ao lado, um diabrete sentava-se em seu colo, devorando os restos de um rato, mas ela não se focava nisso.

Observava o Olho de Kilrogg e as coisas que ele lhe trazia naquele momento.

Sabia que não poderia mais influenciar o Guerreiro Worgen, afinal, ele descobrirá tudo, mas ainda sim era uma carta na manga, já que ele estava interessado na Sacerdotisa e Viajante sentia-se ameaçado por ele, as coisas não saíram exatamente como planejado, mas no fim, a ideia em si dera certo.

Nunca tinha dado-se ao trabalho de se preocupar com a Elfa, achava-a descartável e desinteressante para seus planos, não seria fácil ou notável usá-la para afetá-lo, trabalhoso demais para poucos resultados, mas não era que a sorte lhe sorria? Como um presente, olha só quem caia diretamente em seu colo? Na situação atual, Viajante desejaria ajudar a elfa, mas a Sacerdotisa não aprovaria... Porém, faria ele esse esforço com Zattara ao redor da draenaia? Era um cenário interessante a se pensar; que lado Viajante escolheria?

Iria enfraquecê-lo. E aí ela dava o bote.

Ergueu-se de supetão, derrubando o diabrete e cortando contato com o Olho, agarrou o cajado e a capa, dirigindo-se à saída. A viagem à Kalimdor não seria demorada por seus meios... Arcanos. Poderia interceptar as sentinelas antes mesmo de que se dessem conta de quem se tratava aquela Elfa. E assim seria, com Alamara em mãos... A bruxa sorriu.

[…]

Quando o galho arqueou-se diante do peso da ave de rapina, Alamara já não estava mais lá, mas a ave pode observar – e ouvir – cada um dos seus agressores: reconhecera o elfo e o bruxo, não fizera questão de ocultar-se, até mesmo porque não era conhecida ou reconhecida, era apenas um maldito druida numa árvore. Ela ouviu, e observou o rio por onde supostamente Alamara teria ido, teria sim de ir atrás dela, mas antes... Antes precisava atrasá-los. Sozinha, claro, não poderia com eles. Mas hei, era um druida, numa floresta que conhecia muito bem. Era hora de pregar uma pequena peça. Alçou voo novamente, batendo asas para não tão longe dali. Havia aprendido alguns rituais com um velho e rabugento Xamã... Não eram poderosos, mas serviriam.

Sabia exatamente onde ir para buscar o que precisava, e não demorou mais do que alguns poucos minutos para juntar as pedras, folhas, galhos e animais curiosos com o que a druidesa fazia. Nakine organizou as pedras e galhos, formando os desenhos necessários, traçou as linhas com uma vareta e espalhou as folhas; esperava sinceramente que aquilo funcionasse. Acendeu o fogo com algum trabalho, e então entoou as canções e letras que o velho Xamã lhe ensinara; certo. Não tinha a mesma ligação com os elementos que ele, mas talvez alguma ligação ela poderia ter. Custava pedir um milagre?

As nuvens nos céus escureceram, anunciando uma chuva pesada que antes não estava lá... Nakine sorriu no meio de sua tentativa falha de ser um Xamã; não era de chuva que precisava, mas aquilo era um sinal de que estava conseguindo alguma coisa... Ela precisava de...

E então, a Druidesa contemplou a dança dos espíritos na floresta, e sorriu: Sabia que tinha apoio.

[…]

Inicialmente uma pequena neblina tomou conta das árvores, descendo devagar pela floresta do Vale, o chão aos poucos fora desaparecendo, assim como a visão ao longo alcance, Nakine pousará novamente numa árvore próxima ao grupo de algozes, observando-os: provavelmente haviam parado para tratar dos feridos e bolar um novo plano, e era naquela parada que ela agiria. Esperou até que a neblina se tornasse mais densa, então ativou o cajado que havia conseguido numa antiga aventura em Hyjal, contra os druidas de fogo; sua aparência felina moldou-se, seus pelos antes de um marrom claro, transformaram-se em labaredas de chamas. O felino moveu-se sorrateiramente, postando-se estrategicamente num espaço onde sua sombra tornou-se enorme sobre os algozes. Sombra que crepitava, como chama. Então sua voz clamou como o trovão: forçava-se a falar num tom rosnado e poderoso.

“Se eu matá-los aqui, agora. Ninguém vai saber, ninguém os procurará. Essa floresta é meu lar e eu sei onde ir e onde pisar. É meu território e eu sou o predador. Esse será o primeiro e único aviso: Vocês não são bem vindos.”

E então, a sombra desapareceu, quando a druida entrou em furtividade, Nakine afastou-se; aquilo era idiota, mas daria tempo para pensar: por medo no coração de suas presas era o primeiro passo para a vitória. Agora precisava achar a Elfa idiota antes que eles se organizassem de novo.

Não muito longe dali, um Dragão de Ossos arqueava as árvores ao pousar, a bruxa saltou dele para o chão.

“Alto lá!” - Gritou para as sentinelas noctiélficas. “Fiquem onde estão! Essa é uma procurada perigosa que perseguimos veemente até então e eu a levarei sob custódia à Ventobravo, para responder aos seus crimes.”

Sua capa esvoaçava brevemente e a joia brilhava em sua testa, produzindo grandes e reluzentes chifres de fogo, Nhádia observou a elfa com o canto dos olhos, ordenando que um de seus diabretes se aproximasse dela, fez sinal para o Dragão, que desceu aos chãos; não esperava resposta das sentinelas. Não precisava esperar, deu-lhe as costas, andando em direção a elfa, onde os diabretes já trabalhavam para erguê-la e pô-la no grande Dragão esquelético. Não havia tempo a perder: Nhádia podia sentir a presença de outro bruxo – não tão poderoso quanto ela -, mas estava lá. E tinha suas desconfianças sobre quem se tratava. Os diabretes já arrastavam Alamara para a montaria, quando a bruxa se aproximou para olhar a elfa.
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Acerto de Contas - Conto Interativo Empty Re: Acerto de Contas - Conto Interativo

Mensagem por Viajante, o Cruzado Sex Ago 09, 2013 8:58 pm

Aviso escreveu:Off: Tomei a liberdade de editar suas mensagens incluindo imagens de seus personagens. Acho interessante apresentá-los dessa maneira ao serem introduzidos. ;-) Espero que não se importem
Parte 2 - Trevas e Luz

Acerto de Contas - Conto Interativo 5-0

A figura flamejante desaparecera tão rápido quanto surgira, deixando um recado ameaçador. Os patrulheiro Quaesitor e o cavaleiro sangrento Adramalor estavam com armas em punho, ambos protegendo de forma zelosa os flancos da magistra Astralena, que por sua vez murmurava palavras arcanas. O troll Voor'mas estava nas proximidades, vasculhando a área com o arco em mãos, já preparado para disparar. A mata, agora tomada por névoas e chuva repentinas, deixava a todos irriquietos.

Todos, exceto o bruxo, que calmamente se apoiava em seu cajado, cuja extremidade era entalhada de forma a parecer uma caveira estilizada com chifres. A princípio o ser carcomido e corcunda ficou em silêncio, mas logo seus lábios putrefatos esboçaram um sorriso por baixo do capuz, que foi crescendo até se tornar uma gargalhada descontrolada e perversa.

Os três elfos e o troll fitaram-no incomodados. "Estamos em perigo aqui", disse Quaesitor, "prepare suas defesas ou pelo menos fique em silêncio, Ereshkighul".

O morto-vivo ergueu a cabeça, encarando o elfo com olhos amarelados que brilhavam em ódio e energias necróticas. O sorriso decrépito permanecia na face do bruxo, dando-lhe um aspecto ensandecido, e ele retrucou com uma voz cadavérica: "Vocês são uns tolos, mas o que mais eu poderia esperar de elfos, não é mesmo? Se nossos inimigos tivessem condições de nos atacar, nos atacariam ao invés de usar truques de luz e sombra."

"'Cê tá certo, faz sentido, cara", murmurou Voor'mas, "mas se ela era espiã da Aliança como 'cê diz, então sabem que 'tamos aqui. A floresta é dos elfos noturnos, cara, eles vão vir cabreiros e com reforço."

O bruxo ergueu os braços, como se preparasse um discurso grandiloquente, mas falou baixo, quase um murmúrio, aos presentes. "Deixe que venham. Os orcs estão lutando pela floresta. Vamos usá-los para distrair esses elfos roxos, que têm mais a fazer do que se preocuparem com um grupo pequeno como o nosso. Nossa prioridade aqui é capturar a presa antes que ela consiga abrigo da Aliança, e não vamos fazer isso se ficarmos tremendo como covardes".

Os outros pareciam concordar, embora nenhum dos elfos demonstrasse muita confiança no bruxo. Quaesitor ordenou que a maga e o paladino permanecessem em alerta, enquanto ele e Voor'mas desceriam o rio a procura de Alamara. Antes de partirem, Quaesitor voltou-se ao bruxo: "Ereshkighul, você conseguiu localizar nossa presa com suas mágicas?"

"Claro que sim, patrulheiro elfo... claro que sim...", sorriu o morto-vivo, omitindo que pressentia a presença familiar de outro usuário de magias vis nas proximidades de Alamara.

"Então permaneça com Astralena e Adramalor, mas guie-me com seus sussurros. E tente contatar Anshek", ordenou Quaesitor.

Ereshkighul acenou positivamente com uma expressão que misturava satisfação pela tarefa e desdém por quem a ordenava. Então, voltou a baixar a cabeça, sombreando-a sob o capuz, e tentou conter sem sucesso uma risadinha insana. Todas as peças estavam no tabuleiro, logo tudo estaria um caos. Qualquer que fosse o resultado, Ereshkighul tinha certeza de que se divertiria bastante.

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"Alto!", protestou a líder do pequeno grupo de sentinelas, erguendo uma mão em advertência e sacando a glaive lunar com a outra. "Eluna não me fez tão tola a ponto de confiar em alguém que surge do nada, dizendo coisas sem prová-las. E para piorar, você usa essa magia vil da Legião Ardente, humana!"

Nhádia não se surpreendeu com o protesto. Na verdade, esperava que as sentinelas protestassem antes, mas aquelas em particular pareciam ser bem tontas. Elfos noturnos nunca confiaram em magia demoníaca. Eram tão tolos e supersticiosos que por muito tempo sequer permitiram a prática de magia arcana em sua sociedade! Ainda assim, aquela interrupção a incomodava. Por que simplesmente não saiam de seu caminho? Nhádia olhou com desdém para a líder, enquanto as demais se punham a apontar seus arcos para a bruxa. "Então quer que eu prove o que digo, Sentinela?", Nhádia questionou num tom impaciente que beirava tanto ameaça quanto incredulidade.

"Se o que você diz é verdade, então virá conosco até Astranaar, onde questionaremos esta elfa sangrenta e verificaremos a veracidade de suas palavras", disse a líder. "Aí você poderá levá-la a Ventobravo ou onde mais quiser".

Nhádia sorriu, não só ao ponderar se devia acabar com aquelas sentinelas ali mesmo, mas ao notar que outros interessados na elfo mantinham-na sob vigilância. Oculto entre os galhos da densa vegetação, um druida taurênico observava em forma de pássaro, assim como o Olho de Kilrogg de um outro bruxo flutuava invisível nas proximidades.

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O cavaleiro da morte Skkegiold fitava a batalha abaixo, contemplando a morte e destruição em andamento. As copas frondosas das árvores atrapalhavam sua visão, mas ele conseguiu identificar que orcs, goblins e trolls se moviam numa emboscada contra um comboio de suprimentos que cruzava uma antiga estrada noctiélfica, provavelmente destinada a Astranaar.

Por alguns minutos, Skkegiold apenas observou, sobrevoando em sua serpe gélida em círculos, incapaz de sentir afinidade ou desdém por qualquer um dos grupos.

Foi quando Skkegiold percebeu formas voadoras surgindo adiante. Trolls montados em morcegos, carregando bombas incendiárias, bem como orcs voando em mantícoras de guerra e armados com lanças envenenadas. Os atacantes pretendiam se aproximar da batalha pelos céus, para depois descer e fulminar o comboio num ataque surpresa.

Um dos trolls apontou para Skkegiold e sua serpe, questionando se a misteriosa figura era amigo ou inimigo. A resposta veio de um orc de armadura vermelha, líder do pelotão aéreo, que urrou um grito de batalha e mandou suas forças atacarem o cavaleiro da morte.

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Acerto de Contas - Conto Interativo 4-1

Mystaluna estava no flanco posterior do comboio quando os orcs surgiram da mata. Ela não sabia como a Horda conseguira emboscar os kaldorei em território noctiélfico, mas estava claro que ela seria necessária na batalha. Montada em seu sabre-do-gelo, a Sacerdotisa da Lua avançou para o flanco dianteiro da caravana, onde a batalha seguia mais intensa.

"Eluna está conosco, irmãs! Andu-falah-dor!", ela gritou ao saltar de sua montaria e evocar as bençãos da Deusa. Uma luz fulgurante prateada cobriu Mystaluna, fortalecendo corpo e coragem das Sentinelas, que disparavam flechas ou defendiam a linha de frente com glaives e escudos.

"Sacerdotisa! Graças a Eluna está aqui!", exclamou a Capitã Alinna Flechacerta, responsável pelo comboio de suprimentos, em seguida questionando: "Este é um ataque planejado! Como sabiam que esta caravana passaria por aqui hoje?"

"Não importa, irmã!", respondeu Mystaluna, que se concentrava em distribuir as bençãos da Deusa entre as guerreiras feridas. A sacerdotisa apontou a mão na direção de uma arqueira ferida, e um raio de luz recuperou as forças dela. Em seguida, murmurou uma benção em darnassiano, e um escudo protetor se formou sobre uma guerreira que enfrentava dois grandes orcs. "O que importa é que Deusa nos protegerá. Tenha fé, lute com todas as forças e com a certeza da vitória, e nós alcançaremos Astranaar em segurança."

Os olhos prateados de Mystaluna fitaram os céus, parcialmente visíveis entre as copas das árvores frondosas. Era dia, mas ela sabia que a Deusa estava com ela a todo momento. Para desespero da elfa noturna, contudo, ela pôde perceber as formas de mantícoras e morcegos gigantes sobrevoando além das copas das árvores. Se a Horda tinha trazido forças aereas, então a batalha poderia ter um fim pior do que Mystaluna predissera.


Última edição por Viajante, o Cruzado em Qua Ago 14, 2013 5:34 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Skkegiold Sex Ago 09, 2013 9:32 pm

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A figura espectral olhava atentamente para os orcs e trolls que sobrevoavam próximos a ele. Permanecia intacto durante muitos instantes. Sobre sua armadura, um tabardo totalmente macabro, tão quanto aquela figura. O símbolo era da antiga ordem desertora do Flagelo, os Cavaleiros da Lâmina do Ébano.

Ele pouco se lembrava da sua vida. mas do pouco, ele sabia que um orc era inimigo de um humano. Não era uma boa escolha atacar em desvantagem. Precisava sair dali. Ele pensava muito para alguém sem vida. Do que tinha medo? Afinal, ele sentia medo? Será que ele se manifesta vivo ali naquele instante? Ele não era aliado nem a horda nem a aliança mais. Ele simplesmente vagava. Entrava em Ventobravo oculto na pele de um humano e na Cidade baixa, na figura de um ser sem vida. Um verdadeiro agente duplo. Mas porque hesitou então em retirar seu capuz? Seus pensamentos não deixavam de fintar uma elfa sangrenta que havia conhecido há muito tempo. Ele queria saber se ele podia confiar em alguém. Se lhe restava confiança para isso.

- Não me ataquem. - Disse ele em sua voz mortífera - Não faço parte dessa guerra. Mas farei parte eternamente desse mundo.

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Mensagem por Liezel, A Luz da Aurora Ter Ago 13, 2013 11:06 am

Nakine não tinha tempo, seus movimentos precisavam ser calculados, não podia perder-se, não podia de maneira alguma errar uma curva, uma folha. Nakine não tinha mais tempo; mas também não tinha pistas, os cheiros estavam confusos, perdidos. Alamara havia jogado-se num maldito rio! A porcaria de um rio, seu cheiro perderá completamente; restava a ela segui-lo, corria contra todas as possibilidades, corria contra o tempo. Correr pelas margens era uma tarefa difícil, manter-se ali era pior ainda. Considerações acoitavam sua mente e seu espirito. Sabia que estava sozinha ali, assim como sabia que precisava de ajuda – qualquer ajuda! -, as disputas constantes por aquele lugar a colocavam entre Horda e Aliança, e já não sabia mais para qual lado estava lutando, não naquele momento.

Nakine parou, afoita, as patas afundando na lama das margens, correr daquele jeito era burrice, precisava voar. E então, voou. Primeiro pegou altura, mas não ultrapassou as copas das árvores, não podia dar-se ao luxo de perder a visão do chão, ou de tentar achar rastros mesmo naquela forma voadora. Seu coração batia em disparadas doloridas. Por que estava tão assustada? O que havia daquela vez que tanto lhe assustava?


[…]

Nhádia olhou-as por cima dos ombros, com um suspiro pesado e entediado, certificava-se de evocar alguma magia de aprisionamento para Alamara, apenas para o caso da elfa talvez acordar, os diabretes fariam o trabalho de arrastá-la para o dragão pousado ali perto, como já estavam fazendo, só então a bruxa se virou para as Sentinelas. Havia em seu rosto um pouco de descrença e irritação, talvez até mesmo o desdém que ela escondia com facilidade. Sentia breve vontade de torrá-las como madeira velha, principalmente ao lembrar-se da maldita sacerdotisa enxerida, aqueles elfos eram um bocado irritantes, afinal de contas.

“ - Não as vejo reclamar das “Magias vis” quando elas salvam seus irmãozinhos e irmãzinhas nas frentes de batalha, Elfa. Astranaar não é um lugar seguro para levar essa prisioneira em questão, os ataques da Horda são constantes e por ela, podem acabar ousando mais, levá-la é o mais seguro e correto a se fazer. Enquanto estão aqui me atrasando e incomodando... Os aliados da Elfa Sangrenta rondam a floresta atrás dela.” - E Nhádia indicou com a cabeça o druida Tauren no meio da vegetação. “ - Se me dão licença, tenho trabalho a fazer.” - E com um gesto, ordenou aos pequenos demônios que conduzissem a elfa para a montaria. Não tinha muito mais tempo a perder, não podia deixar o maldito bruxo chegar antes dela.
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Mensagem por Viajante, o Cruzado Qua Ago 14, 2013 5:33 pm

Aviso escreveu:Off: Continuem contribuindo. Está ficando muito legal. Cedo ou tarde vou dar um tratamento legal a cada personagem participante!
Parte 3 - Virada Sombria

Apesar dos protestos de Skkegiold, as forças aéreas da Horda convergiram sobre ele. Os cerca de meia dúzia de trolls cavalga-morcegos vieram mais rápido, passando próximos da serpe gélida e despejando sobre ela frascos contendo um líquido vermelho instável. O cavaleiro da morte tentou manobrar a serpe para fora do caminho da chuva letal de bombas, mas sua montaria voadora não conseguia manobrar tão bem quanto os ágeis e pequenos morcegos. Três das bombas erraram o alvo, mas outras três acertaram, uma delas certeiramente sobre Skkegiold, que tentou proteger a face com o braço. Ao impacto, o frasco se quebrava e o líquido vermelho se inflamava, espalhando chamas sobre o cavaleiro da morte e sua serpe.

Após a primeira salva dos cavalga-morcegos, a força de outra meia dúzia de orcs sobre mantícoras se arremeteu sobre o cavaleiro da morte, preparando lanças envenenadas para finalizar rapidamente o oponente.

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Mystaluna percebeu algumas bombas incendiárias caírem, inflamando o líquido vil contido, mas a umidez da floresta mantinha as chamas relativamente contidas. A sacerdotisa suspirou ao mesmo tempo com alivio e confusão ao perceber que as forças aéreas da Horda tinham errado de longe a posição do comboio. Por enquanto, ela não sabia o motivo de tal erro crasso, mas pelo menos suas companheiras Kaldorei estavam seguras.

"Ande'thoras-ethil, irmãs! Por Eluna!", urrou a elfa noturna, invocando a selvageria inerente de sua raça. Suas palavras ecoaram nos ouvidos e corações das companheiras, impulsionando-as a defenderem e atacarem com maior zelo. Mystaluna então se voltou à Capitã Alinna, aproveitando um breve momento para comunicar-lhe: "Temos que desbancar o ataque em terra antes que as forças aéreas da Horda se lancem sobre nós. Não resistiremos muito se formos atacadas pelo alto".

Alinna meneou com a cabeça, concordando, e então empunhou um par de glaives lunares, saltando sobre os orcs e trolls após um brado de batalha darnassiano. Arqueiras encobriam o avanço da capitã, enquanto outras guerreiras a seguiram no confronto corpo-a-corpo.

Mystaluna concentrou suas bençãos na capitã. Um escudo de luz lunar formou-se ao redor dela, desviando as lâminas e flechas que tentavam atingí-la, e mesmo os ferimentos dos ataques poderosos que passavam pela energia sagrada logo se fechavam. Intercalando sua atenção à capitã, a sacerdotisa também lançava bençãos e curas sobre as demais sentinelas. Os esforços, contudo, pouco a pouco consumiam as energias de Mystaluna, que silenciosamente pedia a Eluna que não sucumbisse à fadiga antes do fim daquela peleja.

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As sentinelas tentaram disfarçar suas intenções quando Nhádia sutilmente alertou-as sobre a presença do tauren. A líder cautelosamente ergueu o arco e, num movimento rápido, virou-se para o tauren, disparando uma flecha contra ele. Uma outra repetiu o gesto da líder, enquanto uma terceira sacou uma lança e se pôs à frente das demais para protegê-las de um avanço do tauren.

O tauren, ainda em forma de pássaro, alçou voo repentino para escapar das flechas, mas então tornou-se um poderoso leão ainda no ar, caindo com garras e presas sobre a líder das sentinelas. A elfa noturna caiu ao chão desorientada, e por um instante o tauren ignorou as demais elfas para rasgar a presa caída com as garras, desvencilhando-se dela num salto antes que sofresse um ataque.

Nhádia riu baixinho, continuando em direção de sua serpe gélida, vendo seus fieis diabretes carregarem a elfa sangrenta desacordada. Sentiu então a mão firme da quarta sentinela segurar-lhe o ombro: "Nós ainda não demos a você permissão para partir com a prisioneira!"

"Nâo tenho tempo para essa besteira, nem para vocês", respondeu Nhádia, virando-se e erguendo a mão na direção da sentinela solitária. "Isto é mais importante do que formalidades", a bruxa completou. Um instante após, a elfa liberou um urro de terror, como se acometida pela visão de algo terrível, e disparou em pânico, fora de si, floresta adentro.

As demais sentinelas estavam ocupadas enfrentando o tauren-leão. A líder estava viva, mas ferida demais para combater. A arqueira errava constantemente os tiros contra o druida, que movia-se rapidamente e enfrentava a que empunhava uma lança. Nhádia riu ao alcançar sua serpe, subindo nela ao assegurar que a elfa sangrenta desacordada tinha sido presa apropriadamente à sela.

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Nakine, notando a comoção próxima à margem, voou celeramente naquela direção. Logo viu uma elfa noturna caída ao chão, agonizando com ferimentos de garras, enquanto um outro druida taurênico, em sua forma leonina, enfrentava duas sentinelas élficas. Demorou um instante até que Nakine percebesse com horror uma forma gigantesca irradiando uma nuvem de frio gélida erguer-se rapidamente na mata adiante e alçar voo.

Nakine desviou sua rota na direção da criatura que tentava deixar o local. Antes que se aproximasse da posição inicial do monstro ou alcançasse abrigo na copa das árvores, contudo, a druidesa sentiu sua asa esquerda ser transpassada por uma flecha.

"Outro druida taurênico!", uma das elfas abaixo gritava, apontando seu arco para Nakine. "Eles estão nos cercando!". Sua companheira de lança permanecia ocupada tentando evitar os botes do tauren-leão.

Nakine tentou usar o impulso para voar para o alto e alcançar os céus. Subiu o suficiente para ter um vislumbre da serpe gélida que já se distanciava, bem como de suas passageiras: uma humana, cujo traje vermelho contrastava com o azul-cinzento de sua montaria, e Alamara, contida e desacordada. Antes que pudesse prosseguir com a perseguição, a druidesa sentiu a asa fraquejar e perdeu o controle do voo, caindo na direção da floresta.

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O sorriso desapareceu por completo entre os lábios carcomidos de Ereshkighul. Em meio a confusão e raiva, ele murmurou impropérios e maldições.

Os dois elfos, o cavaleiro sangrento Adramalor e a magistra Astralena, interromperam a difícil caminhada pela mata para fitar o bruxo morto-vivo. "Algo errado, Ereshkighul?", questionou a maga.

"A Aliança interferiu com a captura", murmurou o bruxo, "Anshek está em perigo, avisarei a Quaesitor e Voor'mas que apressem o passo".

"Apressaremos o passo também", disse Adramalor.

Ereshkighul concordou com a cabeça, sem o sorriso característico na face. Mentalmente, ele considerava as possibilidades. Nhádia estava com a elfa? Para onde a levaria? A bruxa era poderosa o suficiente para se proteger das magias de vigilância do Ereshkighul. Contudo, os dois tinham um pacto. Ereshkighul primeiro descobriria onde ela estava levando Alamara, depois adequaria seus planos à nova situação.
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Mensagem por Askr Qua Ago 14, 2013 11:02 pm

Acerto de Contas - Conto Interativo 10-1

Penne já não sabia há quanto tempo estava debruçada sobre alguns pergaminhos antigos que conseguira em sua última exploração nos Vales da Flores Eternas. Quando deu por si já era noite, então decidiu sair da velha cabana em que se encontrava para tomar ar fresco.

Olhando o céu estrelado refletindo sobre o que acabara de estudar, Penne percebeu a luz de uma estrela se apagando, como se fosse um mau presságio. Em meio a sua meditação, foi interrompida por uma figurinha antiga, baixinha, que esperava uma oportunidade de lhe falar, era Zoth, seu primeiro diabrete, que fora encarregado de vigiar sua irmã do plano astral.

- O que faz aqui Zoth? - perguntou Penne, preocupada. Aconteceu alguma coisa com Alamara?

-A elfa que chama de irmã corre grande perigo, senhora. Ela está sendo perseguida por inimigos no Vale Gris.

-Volte para o plano astral Zoth e descubra o paradeiro de minha irmã.

Olhando momentaneamente a estrela, Penne confirmou que a fraca luz era um mau presságio. Imediatamente seguiu para o Santuário das Duas Luas, onde poderia obter a ajuda de algum mago para abrir um portal para Ogrimmar. De lá, voaria para o Vale Gris.
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Acerto de Contas - Conto Interativo 10-0

Venatore, cavaleiro sangrento de Quel'thalas, ajudava na cura dos feridos em combate no PostoMachadada. O paladino tinha chegado àquele lugar em companhia de um grupo de viajantes que levavam suprimentos às tropas lá estacionadas. Uma vez lá, deixou o grupo para auxiliar nas atividades do local até definir um novo destino para suas aventuras.

Ali, entre os soldados e feridos, Venatore ouvira histórias de um grupo de elfos sangrentos, acompanhado por mercenários de outras raças da Horda, tinha partido para a mata em busca de uma elfa fugitiva, uma caçadora procurada em Quel'thalas por suspeita de traição. Ele lembrou-se de Alamara. Será que era dela que falavam?

Em meio a seus esforços para ajudar os feridos e colher mais informações, Venatore foi surpreendido por uma voz feminina na melodiosa língua talassiana:

- Se quiser ajudar Alamara, siga-me.

Venatore virou-se para encarar uma elfa de cabelos dourados e trajada como uma arcanista, embora não pudesse reconhecer se tratava-se de uma maga ou algo mais.

-Sei que você não me conhece - disse a elfa - mas Alamara é minha irmã. Meu nome é Penne e acredito que somente poderemos ajuda-la se juntarmos nossas forças.

Por um instante, Venatore hesitou, mas logo seguiu a elfa para a saída do Posto, esquecendo-se de todos os perigos que poderia enfrentar por se relacionar com uma fugitiva.

Ali, Penne invocou o Olho de Kilrogg para tentar descobrir a localização de Alamara, enquanto Venatore esperava ansiosamente por explicações, notícias ou um milagre.
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Acerto de Contas - Conto Interativo 22-0

Nostalgia. Fora esse sentimento que levara Askr a voltar a Darnassus, a capital élfica. Ali reunira-se com alguns companheiros e quisera rever sua amiga que há muito não encontrava. No templo da Lua, contudo, fora informado de que a sacerdotisa tinha sido enviada em missão a Astrannar.

Askr teria apenas ficado frustrado pelo fracasso e retornado a seus afazeres, não fosse o sonho que tivera aquela noite. Sua falecida noiva, Érica, o alertara em sonhos sobre um grande perigo que cercava a sacerdotisa. Com a respiração ofegante, Askr partira imediatamente no rastro do comboio que levava Mystaluna.

Askr viajava a alguns dias sozinhos, sempre me marcha apressada na sua forma de worgen, com esperança de alcançar o comboio a tempo. Passara por Lor’danel e seguira a estrada do Vale Gris. No segundo dia em meio a grande floresta, percebeu que o comboio estava próximo.

Vindo do meio da mata, Askr identificou um perfume familiar, que se parecia com flores. Porém, esse perfume misturava-se ao cheiro de sangue. Ouviam-se sons de batalha vindo da mata, acompanhado com gritos órquicos, barulhos de explosões, metais se chocando e gritos de incentivos vindo das patrulheiras

Askr aproximou-se do campo de combate e o que viu o deixou enraivecido. O contingente inimigo era muito maior que o pequeno comboio, mas as patrulheiras combatiam, resistindo bravamente.

Soltando um uivo assustador, Askr entrou no combate. Lutando com toda a fúria que os worgens possuem e em estado de frenesi, matava e decepava os inimigos a cada vez que suas armas desciam. Para cada inimigo derrubado por uma patrulheiras, Askr derrotava três. Suas armas pareciam fazer parte do seu corpo. Avançando sempre, os inimigos recuavam quando o grande guerreiro Órquico, que comandava o ataque, arremeteu-se contra o worgen.

Askr bloqueou a investida, contra-atacando imediatamente o inimigo. O choque dos metais criavam um estrondo ensurdecedor, tamanha era a violência dos ataques.

No meio do combate, uma bomba caiu próximo aos dois combatentes, separando-os e levanod o worgen ao chão, atordoando-o por um instante.
Aproveitando-se da oportunidade, o guerreiro orquico abriu um rasgo no ombro esquerdo de Askr, fazendo-o largar no chão o seu machado.

Confiante da sua vitoria, vendo o guerreiro intrometido ferido no ombro e de joelhos, preparou o ataque final. Com toda a sua fúria, desceu o grande machado que usava para corta o worgen no meio, contudo, Askr bloqueado o poderoso ataque com sua espada. Aproveitando a impulsão do bloqueio, perfurou o orc com sua garra na lateral do tórax. Esse ataque fez com que o comandante órquico levantasse a cabeça e nesse instante, Askr cravou suas poderosas presas na garganta do inimigo, arrancando pele, sangue e parte da traqueia.

O inimigo caiu de joelho e Askr aplicou o golpe fatal. Girando o corpo com a lamina de sua espada, decapitou o órque e soltou um rugido inumano. Vendo seu comandante tombar, os atacantes puseram-se em debandada.

Após o feroz combate, Askr virou-se para Mystaluna e se pôs a caminhar na direção da elfa, sua pelugem coberta de sangue inimigo. Ao ficar frente a frente com a Sacerdotisa menou a cabeça em cumprimento e disse com sua voz grutal

- Ainda bem que consegui chegar a tempo!!! Como é bom revê-la, Mystaluna – e sorrindo completou – É inacreditável como você consegue preservar o seu charme mesmo depois de uma batalha dessa.


Última edição por Askr em Dom Ago 18, 2013 11:45 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Skkegiold Qui Ago 15, 2013 2:01 pm

OFF: espero não ter que usar recursos assim tantas vezes, mas...
Apesar de arder em chamas, o cavaleiro da morte sequer sentir o calor dos frascos. Sua pele estava prestes a queimar se não fizesse algo logo. Sem que pudesse nem sentir.

Mais uma vez, reflexos de quem era vieram a tona. Se lembrava daquele fogo, que queimava sua cidade natal, se é que ele poderia pensar dela assim depois de ter se unido ao flagelo outrora. E isso talvez tenha sido um reflexo para escolher sua escola.
Em Áquerus, os cavaleiros da morte eram treinados em três artes diferentes. O poderoso poder profano, o berrante das forças gélidas e o fervoroso sangue da guerra. Ele havia escolhido as forças gélidas, que o perseguiam em toda a sua energia da morte.
Foi quando ele cerrou os punhos e retirou seu capuz. Os orcs o olhavam e viam diante deles uma figura espectral. Era um rosto de um humano.. Mas não era um, definitivamente. Seus cabelos escuros e sem vida, presos e amarrados, uma barba não tão longa e seus olhos cheios de morte e impiedade, prontos para confrontar todos ali.

- Já que tanto anseiam pela morte, lhes levarei até ela. - disse o cavaleiro da morte enquanto abria os braços e conjurava o mais intenso frio em forma de uma tempestade, que congelava o fogo em seu corpo, os orcs e trolls, os transformando em cubos de gelo e os fazendo cair em terra firme, já sem esperança de vida alguma.



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Mensagem por Viajante, o Cruzado Sex Ago 16, 2013 5:06 pm

Aviso escreveu:Off: Normalmente eu esperaria a Lie postar a parte dela, mas como os eventos de Mystaluna/Skkegiold/Askr estão ocorrendo em separado dos eventos com a Alamara, resolvi adiantá-la, visto que preciso seguir logo para Astranaar para dar mais coesão a essas duas histórias.

A história está indo bem. A intervenção da Nhádia mudou os rumos dela (meus planos eram levar Alamara prisioneira para Astranaar, e explorar as interações dela com a Aliança enquanto Quaesitor planejava um cerco à cidade), mas adoro essas improvisações, vamos ver onde vamos parar. É bem provável que tudo termine bem diferente de como imaginei.

Askr: Mandei para você umas correções de referências. Sua história refere a Mysta como saindo de Astranaar para Poeira Estelar, mas ela saiu de Lor'danel para Astranaar, levando um comboio de suprimentos para ajudar nos esforços de guerra no Vale Gris. Astranaar é a maior e mais central cidade élfica no Vale Gris e vai ser importante para dar coesão à história.

Skkegiold: Não se preocupe muito com as atitudes. Apenas deixe claro a direção que quer seguir com seu personagem, que farei questão de respeitá-la. Sua primeira interação deixou seu personagem passivo diante de uma força hostil, por isso fui forçado a te atacar. Lembre-se que numa guerra, quem não é claramente aliado é tratado como inimigo. Ainda mais quando se é uma entidade perigosa como um Cavaleiro da Morte. Meu objetivo no momento é te fazer encontrar-se com a Mystaluna.

Sintam-se a vontade para fazer cenas épicas de batalha. Apenas não matem deixem personagens com nome (embora possam atacá-los, deixem o resultado em aberto, deixando para o "dono" do personagem definir seu destino).
Parte 4: Três Dragões

Mystaluna pausou por um instante, surpresa e assustada, ao ver o imenso worgen encará-la. A face da elfa noturna logo se converteu num sorriso plácido, seus olhos brilhantes fitando com carinho o guerreiro recém-chegado.

"Askr!", a sacerdotisa expressou o nome dele com satisfação, "É de fato uma benção de Eluna vê-lo aqui."

O worgen olhou ao redor, e num instante sua forma diminuiu e mudou, tornando-se um humano de cabelos castanhos e barba cuidadosamente aparada. Se antes ele parecia enorme para a elfa, ele agora se tornava mais baixo, ainda que fosse alto para um humano. Olhando nos olhos dela, o guerreiro abriu um sorriso que expressava tanto satisfação como alívio em vê-la bem.

"Procurei-a em Darnassus", disse o guerreiro. "Ali, um sonho me urgiu a vir em seu resgate."

"Eluna age através de tais presságios", disse Mystaluna, num impulso instintivo ajeitando as mechas de seus cabelos azulados que caíam-lhe à face.

"Eles não foram derrotados, apenas recuaram para se reagrupar! Fiquem todas atentas!", gritou a Capitã Alinna às tropas de sentinelas, ao mesmo tempo em que se aproximava de Askr e Mystaluna. Ela então voltou-se ao guerreiro: "Ishnu'allah, guilneano. Agradeço à sua ajuda, e mais uma vez me vejo grata também à Aliança que une nossos povos."

Askr meneou a cabeça positivamente em resposta, comentando: "Não foi a Aliança que me enviou aqui, mas sim meu desejo de ver esta sacerdotisa".

Mystaluna fechou os olhos e sorriu, mas logo fitou as copas frondosas das árvores e o pouco que se via do céu além e voltou a uma expressão mais séria: "Há algo acontecendo nos céus. Eles tinham forças aéreas. Fiquem todos em alerta."

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Skkegiold e sua serpe agora se envolveram num turbilhão de frio e neve, a despeito do clima quente e úmido da floresta e do Sol forte que ardia no firmamento. As mantícoras e seus cavalgantes mais próximos se viram apanhados de surpresa no vento poderoso e no frio intenso. Três mantícoras perderam o controle e tombaram na direção da mata abaixo. Uma outra evadiu-se da tormenta de forma tão brusca que fez o orc que a cavalgava cair de sua sela. Os dois cavalga-ventos restantes tentaram arremessar suas lanças envenenadas no cavaleiro da morte, mas os ventos agiram como um escudo, desviando-as.

"Afastem-se!", gritou o capitão orc de armadura vermelha. O outro cavalga-ventos e sua mantícora seguiram o exemplo do líder.

Os seis trolls cavalga-morcegos por sua vez davam a volta para um segundo ataque. "Vingança por Sen'jin!", gritavam uns após os outros. Vendo a tempestade furiosa que cercava o Cavaleiro da Morte, eles se contentaram em circundá-lo a uma distância segura, aguardando a oportunidade de atacar.

Skkegiold não poderia manter aquela aura de frio por muito tempo, e logo os oito oponentes restantes voltariam a atacá-lo. Não desejando dar a eles nova chance, o cavaleiro da morte apontou sua arma na direção de um dos trolls, que foi alvejado por uma explosão repentina de frio intenso. O troll, surpreendido pelo ataque inesperado, perdeu o controle de seu morcego, que colidiu contra a montaria de um segundo troll. Os morcegos gigantes e seus mestres então tombaram na direção da floresta.

A tempestade começava a ceder. Dois dos quatro cavalga-morcegos restantes investiram contra Skkegiold. O cavaleiro da morte mais uma vez apontou sua arma na direção de um deles, e da lâmina maldita partiu um raio esverdeado de energia necrótica. A rajada profana atingiu um dos morcegos com intensidade mortal, derrubando ele e seu mestre trólico dos céus.

O segundo cavalga-morcegos, no entanto, aproximou-se o suficiente para deixar sua montaria e saltar sobre o cavaleiro da morte com uma adaga em mãos. Skkegiold segurou braço do troll antes que adaga pudesse atingí-lo, mas o impacto dos corpos fez com que o cavaleiro da morte fosse retirado de sua sela e caísse de sua serpe gélida, levando o troll consigo. Em queda-livre, Skkegiold largou sua lâmina rúnica, agarrou o troll e girou o corpo, colocando o oponente abaixo de si e fazendo-o sofrer a maior parcela dos impactos ao passar pela copa das árvores e em seguida atingir o solo dezenas de metros abaixo. O cavaleiro da morte pôde sentir a centelha de vida do troll fenecer em suas mãos.

Apesar de ferido pela queda, Skkegiold não sentia dor. Como uma força inexorável, o cavaleiro da morte se ergueu, vendo outros corpos caídos de orcs e trolls ao redor. Ao seu lado, viu sua lâmina, que tinha cravado no chão ao despencar dos céus. Aproximou-se dela, liberando-a do solo e erguendo-a vitorioso. Por um momento, pode sentir uma breve sensação eufórica. Seria o alívio de estar vivo? A emoção da vitória? Ou apenas o prazer a maldição do Lich Rei, manifesta no prazer de causar dor a outros seres?

Antes que pudesse refletir, Skkegiold viu várias sentinelas élficas e um guerreiro humano se aproximarem.

Enquanto isso, acima das árvores, os cavalga-ventos e os cavalga-morcegos restantes recuavam. De uma força de doze combatentes, restavam apenas os quatro, e era melhor retornarem ao Posto de Observação Grito Infernal a confrontarem a Serpe Gélida adiante, agora furiosa pela ausência de seu mestre.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

"Alto!", a Capitã Alinna alertou o misterioso homem que caíra dos céus. Suas sentinelas já cercavam o humano a uma distância segura.

"É um cavaleiro da morte!", surpreendeu-se Mystaluna, que se aproximava ao lado da Capitã. Fitando o estranho recém-chegado, questionou: "Quem é você e o que o traz aqui?"

"Dragão Púrpura. Eu também sou um Dragão Púrpura.", murmurou Skkegiold ao fitar o tabardo de Askr que acompanhava as elfas em sua forma humana.

Mystaluna fitou Skkegiold intrigada. O cavaleiro da morte parecia distante, como se não tivesse ouvido o questionamento anterior da sacerdotisa. Para ela, o humano mais parecia perdido do que ameaçador. "O que diz é verdade? Eu sou Mystaluna, e além de sacerdotisa de Eluna, sou uma Campeã Púrpura da ordem. Qual é seu nome, Dragão?"

"Eu sou Skkegiold", respondeu.

"Viajante me falou dele", disse Askr, recordando-se de uma conversa que tivera com Viajante muitos meses antes. "Encontrou-o perdido em Elwynn, disse que ele era uma alma em busca de respostas".

"Sua intervenção aqui é também bem-vinda, Skkegiold, talvez tenha salvado todas as nossas vidas", agradeceu Mystaluna. Embora aliviada, ela percebeu que a presença do cavaleiro da morte incomodava a Capitã Alinna e as demais sentinelas. Elfos noturnos sempre se opuseram a magia negra em todas as suas formas, e embora os cavaleiros da morte fossem vítimas do Lich Rei, suas presenças profanas não eram agradáveis aos kaldorei. Buscando reduzir a tensão local, a sacerdotisa propôs: "Três Dragões Púrpura em um único local é um sinal do destino. Com certeza Eluna nos reuniu aqui com um propósito. Diga-me, Skkegiold. deseja companhia? Não quer nos ajudar a levar suprimentos a Astranaar? Lá poderemos descansar e avaliar melhor nossas situações".
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Mensagem por Rapultinsky Sex Ago 16, 2013 10:57 pm

Acerto de Contas - Conto Interativo 7-0

Rapultinsky observava o crepúsculo cair sobre Ventobravo, pensava em visitar a capital élfica, ver Elinliel, o noctielfo era o mais próximo e chegado amigo que ele jamais tivera, mas recentemente o elfo noturno havia se afastado, aparentemente de tudo e de todos, quase não saia de Kalimdor e quando o fazia estava sempre divagando e avoado, mas quando Rapul lhe perguntava o que era, Elin desconversava...

“Você poderia parar de fazer isso?” ordenou incomodado Rapultinsky à sua Shivarra Delriah, apesar de útil Delriah era a criatura mais sádica e cínica que Rapul jamais vira e já a vários minutos estava torturando um pássaro que apanhara com suas energias vis.

“Se meu mestre ordena?” respondeu a vil criatura com um sorriso cínico e debochado enquanto com uma de suas seis mãos quebrava o pescoço do pobre pássaro.

Rapultinsky revirou os olhos irritado “Desapareça da minha presença!” ordenou, banindo-a temporariamente.

“Meu Mestre....” chamou Morgolon o demônio observador maior de Rapul que voltava de um missão que seu mestre lhe confiara.

“Morgolon... que bom vê-lo, já descobriste o que te pedi para ver? O que afinal Elin esconde tanto que nem mesmo eu posso saber?”

“Morgolon observou... Morgolon transmite... planos... viagens secretas... consultas... videntes do sonho esmeralda... batalhas taurenas druídicas... amores elficos proibidos...”

“Amores elfic...” interrompeu Rapul “Mas Elin nunca teve nenhuma... e a única elfa com que teve contato recentemente foi...” e os olhos rubros de Rapul se arregalaram pela conclusão a que chegou “Eu não acredito!!!” gritou furioso liberando seus poderes e invocando sete diabretes direto do plano austral, e se dirigindo para o maior e mais esperto deles disse “Istarillin vá com os outros, encontre Elinliel, diga-lhe que eu já descobri tudo sobre o que ele anda fazendo... ele deve estar em Darnassus faça o que puder para mantê-lo lá!”

O Diabrete Vil riu e desapareceu junto com sua legião de diabretes indo cumprir as ordens de seu amo.

Rapul concentrou-se e criou um olho de Kilrogg, virando-se então para o demônio observador que aguardava disse “Aqui Morgolon..”

Obedientemente o demônio observador devorou o olho de Kilrogg amplificando seus poderes de maneira espantosa.

“Agora ache-a!” ordenou Rapultinsky ao Demônio.

“Quem... Morgolon deve... encontrar?...”

“Você sabe bem a quem eu me refiro, a sindorei, quero saber onde ela está, agora!” enfatizou Rapultinsky e então pôs-se a resmungar para si mesmo enquanto Morgolon assumia um olhar distante usando seus poderes para cumprir a vontade de seu amo “Eu e aquela “sedutorasinha” precisamos ter uma séria conversa, já não bastasse o que ela faz passar a nosso exaltado General e à minha amada e enaltecida Senhora da Luz... não... não... não vou mais permitir que seus encantos fiquem recaindo a torto e a direito sobre aqueles de quem eu gosto para que ela depois destrua seus corações...”

“Morgolon perscruta... Morgolon encontra...” anunciou o demônio maior a seu amo.

“Muito bem então, onde ela está?”

E Rapultinsky, o rubro, como o gnomo bruxo gostava de ser chamado, empalideceu ao ouvir a resposta de seu lacaio.
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Mensagem por Skkegiold Dom Ago 18, 2013 10:09 am

O cavaleiro da morte então assistia as expressões temerosas das elfas noturnas que seguiam a sacerdotisa com algo que poderia ser assemelhar a um sentimento de desconforto. Cobriu novamente seu rosto com o capuz e se distanciou um pouco do grupo, mas sem deixar de os acompanhar. Não adiantaria fugir. Sua carne havia congelado. Seu sangue parado de correr em suas veias. Já não respirava mais. Não pertencia a mais ninguém e não se cansava nem sentia. Era como uma alma selada em um pacto profano que não encontrava mais saída em nada. Ao caminhar, seus pés deixavam um rastro congelado e as criaturas que viviam ali perto se comportavam de forma estranha. Era como a própria morte. Não lhe restava nada, somente memórias. Poucas memórias de alguém que um dia sonhou ser como os poderosos defensores de Lordaeron, quando ainda criança.

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Mensagem por Liezel, A Luz da Aurora Seg Ago 19, 2013 2:13 pm

Havia um certo prazer ali, sabe? Em observar a Sentinela correr de um lado par ao outro, em observar o panico, mas não era apenas esse prazer que a preenchia, era algo mais sublime, mais supremo, não conseguia definir o que... Nhádia bufou alguma coisa observando a Sentinela correr apavorada, chegou a rir de leve ao encaminhar-se de novo a montaria. Observou para saber se a Elfa estava bem presa, antes de montar e alçar voo, aquilo não podia ser melhor, podia? Claro que não. Nhádia riu, a gargalhadas, sozinha em sua pequena insanidade cruel. Dali, desapareceria nas nuvens, rumo ao seu refugio...

[…]

Nakine não sentia muita coisa, como se todas suas emoções houvessem congelado naquele instante; precisava voar, era instintivo, era a única coisa que conseguia pensar. Precisava voar, e voava, e batia as asas. Sua mente tornara-se seletiva, buscando por Alamara, por sua figura, por seus traços. Todo o resto era abstrato e estranhamente passado para o lado, talvez... Talvez esse tenha sido seu erro, afinal. Ao notar a Serpe, Nakine viu-se confusa, o que aquele tipo de criatura estaria fazendo ali? Alterou sua rota, mas desatenta demais naquele instante, a flecha lhe veio com um susto, por um segundo, farfalhou, desorientada, antes de tentar forçar-se a manter o curso; evitou olhar o ferimento, aquilo sempre era pior de se fazer.

Seu olhar de ave de rapina a levou para longe, para onde a Serpe voava... E então ela viu...

“Não..”

A asa falhou.

“Não, não...”

Mais um esforço, mais uma tentativa. Em vão. Por um momento, o desespero foi seu companheiro...

“O que você fez, Alamara, o que você fez?”

Nakine contemplou o chão, o medo esvaindo-se conforme descia, sabia que não ia se machucar a Graça do Felino a salvaria... Mas um predador ferido é um predador morto. Esconder-se se tornaria mais difícil, cobrir rastros... Sobreviver seria uma provação. Ela se preparou para o impacto, enquanto o corpo moldava-se para o grande leão. Quando tocou o chão, um choque de dor lhe tomou da pata ferida até a cabeça, um urro de dor foi suprimido. Mas sua respiração ofegava derradeiramente, Nakine não olhou a pata, sabia que seria pior se o fizesse, se tivesse consciência da extensão do ferimento. Ela puxou o ar para dentro dos pulmões e então... Então um urro de raiva assolou a floresta, quando o grande Leão taurênico o soltou.

Nakine moveu-se, tropega e cambaleante para dentro da floresta. Precisava se recompor.

[…]

Antes da Serpe tocar o solo sem vida, o Olho de Kilrogg passou por ali, vasculhando. Então o Dragão de Ossos desceu naquela terra árida, onde nada mais crescia; o lugar era abandonado, às vezes alguns pequenos aventureiros tentavam aparecer, mas eram facilmente afastados pelas malezas do lugar. Nhádia observou tudo a volta com um pouco de cautela, enquanto os diabretes riam e divertiam-se, empurraram a elfa para fora da montaria sem nenhuma gentileza, deixando-a cair no chão – um deles mordia a orelha da elfa em meio a risadinhas -, Nhádia parecia não se importar.

Nhádia empurrou a porta do casebre sem muitos problemas, enquanto os diabretes tinham o “trabalho pesado” de arrastar o corpo da elfa para dentro, Nhádia andou um pouco, e depois desfez uma pequena magia de ilusão, que revelou uma passagem oculta no piso da casa, ela puxou a alça e ordenou que jogassem a elfa lá dentro. Em seguida, desceu pela escada improvisada e atrás de si, a passagem desapareceu.

Os diabretes arrastaram a elfa para um canto do lugar, onde a bruxa confeccionou uma pequena prisão mágica; o subterrâneo da casa era grande e havia sido trabalhado e moldado para parecer um lugar ao menos habitável. Livros espalhavam-se por toda parte; jogados ou empilhados. Moveis eram poucos, apenas os necessários e a iluminação fazia-se por magias vis em fogo e luzes roxas. Nhádia deixou seu cajado num canto e livrou-se dos chifres. Os diabretes puxavam e riam em volta da prisão da elfa.

A bruxa sentou-se numa cadeira, de frente para a prisioneira... Era questão de tempo agora. Questão de tempo para o paladino descobrir. Questão de tempo para ele largar tudo e sair correndo em socorro a elfa... Questão de tempo para aquele casamento desmoronar.

Nhádia sorriu. Sorriu e aguardou.
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Mensagem por Askr Seg Ago 19, 2013 8:50 pm

Penne estava concentrada tentando localizar Alamara  pelo Olho de Killrogg, mas devido ao tamanho do território e a falta de maiores informações encontrava dificuldades. Estava começando a ficar angustiada, quando Zoth apareceu, trazendo noticias:

-Senhora, localizei sua irmã. Ela encontra-se na margem do grande rio. Ela está com grandes problemas

- Muito bem Zoth, fez um bom trabalho. Retorne ao Plano Astral e continue me mantendo informada.

Voltando a utilizar Olho de Kilrogg agora utilizando o ponto de referencia dado por Zoth, Penne conseguiu ver a situação em que se encontrava sua irmã. Viu a patrulha de elfas noturnas lutarem contra um grande tauren- leão, viu alguns diabretes carregando Alamara para uma Serpes e por fim, viu a figura de quem comandava esses pequenos infelizes.

-Achou Alamara? – perguntou Venatore apreensivo, e continuou o questionamento – Como e onde ela está? Como é a situação?

- Sim paladino, mas a situação não é das melhores. Minha irmã está sendo sequestrada pela Aliança e o local ainda está uma bagunça só.

Após ouvir o relato, Venatore assoviou e esperou alguns instantes. Dos céus, apareceu uma grande sombra que ao descer levantou uma grande quantidade de poeira. Era  Pyrostrasz, seu  dragão cujas escamas eram vermelhas como fogo.

Após acariciar a cabeça de seu alado, o enorme reptil se deitou ao chão para que Venatore pudesse monta-lo e logo em seguida, estendeu a mão para Penne.

- Não a perca de vista Penne , pediu. Vamos alcança-la o mais rápido possível.
Recebendo o comando em thalassiano, Pyrostrasz alçou voou.

Seguindo o caminho indicado por Penne, o dragão voava em grande velocidade. Venatore estava determinado a libertar Alamara a qualquer preço, e Penne mantia o olho a uma distancia segura para que a bruxa da Aliança não percebesse que estaria sendo seguida.
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Mensagem por Viajante, o Cruzado Ter Set 03, 2013 8:27 pm

Aviso escreveu:Off: Desculpem pela demora. Como todos os participantes do tópico sabem, passei por problemas de natureza pessoal nas últimas semanas
Parte 5: Complicações

"Maldita seja!", Ereshkighul bradou furioso.

O manifesto repentino surpreendeu Adramalor e Astralena, que voltaram-se ao bruxo morto-vivo com espanto. A magistra logo recuperou a compostura, mas o cavaleiro sangrento perguntou com clara preocupação: "Aconteceu algo com a caçadora, Ereshkighul? Diga-nos!"

Ereshkighul se mostrou surpreso com a própria reação, olhando para os lados boquiaberto como se seu urro de frustração tivesse ocorrido fora de seu controle. O morto-vivo logo se recobrou, fitando Adramalor: "Alguém interferiu. Alguém poderoso da Aliança. Meses atrás eu marquei a elfa com um feitiço de vigilância, foi assim que pude localizá-la para vocês. Ou estão bloqueando meus métodos, ou então alguém a enviou para além de meu alcance."

A magistra Astralena demonstrou preocupação com aquela notícia. "Quer dizer que ela pode não estar mais no Vale Gris?"

Ereshkighul fitou a magistra com desdém. No fundo, queria esganá-la pela pergunta estúpida, e certamente o faria se estivessem sozinhos. "Não, elfa, significa que a caçadora talvez nem esteja mais em Kalimdor!"

A revelação deixou os dois elfos de olhos arregalados e boca entreaberta. O morto-vivo baixou a cabeça, escondendo sua face por baixo do capuz, pensativo. Maldita seja, Nhádia Schwarze! O morto-vivo a conhecera em vida, e chegara a propor uma aliança a ela contra o maldito paladino depois que retornara da morte. Qual era o interesse dela na elfa? Por que atrapalhar os planos dele? E outros questionamentos o assombravam: em meio à confusão, o morto-vivo pôde sentir forças vis com assinaturas de pelo menos outros dois bruxos desconhecidos ao redor de Alamara. O que aquela elfa tinha de especial? Ereshkighul ficou intrigado.

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Anshek, assumindo sua forma taurênica, ergueu-se aliviado e conjurou as bençãos da Mãe Terra para curar-se. Diante dele estavam o elfo sangrento Quaesitor e o troll Voor'mas, bem como os cadáveres das sentinelas com quem Anshek lutava há apenas alguns instantes. Uma, a que antes empunhara uma lança, tinha sido alvejada pelas flechas do troll. A outra, a arqueira, fora emboscada pelo patrulheiro élfico. Uma terceira sentinela, rasgada pelas garras do druida, ainda agonizava no chão e morreria logo. Nenhum dos presentes se preocupou em tratar os ferimentos dela.

"O que aconteceu aqui, Anshek? Onde está nosso alvo?", questionou Quaesitor, ao mesmo tempo em que olhava ao redor, procurando por mais oponentes escondidos.

"Apareceu uma humana", disse o tauren, sua voz se tornando mais poderosa conforme seus ferimentos se fechavam pelo poder da magia druídica, "Surgiu montada num dragão morto-vivo e tinha servos demoníacos. Levou a tal Alamara apesar dos protestos das elfas noturnas, e usou-me para distraí-las enquanto escapava."

"Isso é mojo ruim, cara", murmurou Voor'mas. "Humana cavalgando bicho morto e cercada de demônios? Isso é tremenda furada, coisa do mal mesmo."

"Provavelmente uma aliada de Alamara", disse Quaesitor. "Ereshkighul me contatou, disse para aguardarmos nas proximidades. Ele e Astralena virão aqui e tentarão deduzir para onde nossa presa foi levada. Ele também disse que há uma druidesa taurena ferida nas proximidades. Voor'mas e Anshek, procurem-na e tragam-na aqui. Eu ficarei e me certificarei que ninguém interferirá até que os outros cheguem."

O troll e o tauren acenaram positivamente. Um instante depois, Anshek já alçava voo na forma de águia, enquanto Voor'mas desaparecia na mata, seguido de perto de seu raptor.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Algumas horas se passaram desde a emboscada ao comboio, e Mystaluna agradecia a Eluna que nenhum outro perigo surgira para atrapalhar a entrega dos suprimentos. A sacerdotisa seguia montada em seu sabre-do-gelo, acompanhada de perto por Askr, cuja forma de worgen parecia tão incansável quanto era rápida. Ocasionalmente, ela usava as dádivas de Eluna para ver também através dos olhos do Cavaleiro da Morte, Skkegiold, que seguia o comboio do alto, voando acima das árvores em sua serpe gélida.

"Astranaar se encontra logo adiante", anunciou a Capitã Alinna, que seguia à frente do comboio.

Ver a cidade de Astranaar cercada por águas plácidas reforçou os ânimos das sentinelas. Mystaluna sorriu calmamente, entoando o nome de sua deusa por terem sobrevivido à viagem.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Quaesitor cumprimentou Ereshkighul, Adramalor e Astralena ao chegarem. Em seguida, desapareceu na mata para vigiar o perímetro. Adramalor, por sua vez, ficou em vigília silente, protegendo os dois arcanistas enquanto eles investigavam a cena. Os cadáveres das três sentinelas estavam onde tombaram. Ereshkighul contemplou-os com uma fome profana, mas resistiu ao impulso de se saciar da carne dos inimigos caídos. O morto-vivo apontou na direção que vira a bruxa erguer voo, e a elfa magistra seguiu naquela direção.

"Ela ergueu voo neste ponto", Ereshkighul apontou, notando as marcas das pesadas patas esqueléticas da montaria de Nhádia.

A magistra avaliou a situação, seus sentidos místicos treinados para detectar resíduos das energias arcanas deixadas pela presença da bruxa e de quaisquer feitiços que ela possa ter lançado. "Há uma forte aura residual, ela não lançou um feitiço qualquer para fugir. Esse tipo de ação, que permite cruzar continentes, exige rituais complexos. Para tê-lo completado tão rapidamente, ela devia estar com o rito preparado há tempos. Deve ter retornado ao seu lar, covil ou esconderijo, não faria sentido deixar tal magia pronta para um local aleatório".

"Diga algo que eu não sei, elfa", murmurou Ereshkighul com desdém. "Sei muito bem que tipo de magia ela usou, o que quero saber é para onde foi".

Astralena fitou o morto-vivo com nojo e revolta, mas conteve sua reação. Aquele ser abominável e desprezível não era um incômodo, mas necessário para a missão. "Para descobrir isso, preciso encontrar o ponto exato em que ela abriu o portal. Você disse que ela alçou voo, não?" Em seguida, Astralena recitou palavras mágicas e evocou um feitiço rápido, criando um disco metálico que flutuava sobre o solo, erguido por uma nuvem de vapores místicos. A magistra élfica colocou-se sobre o disco, dando espaço e indicando a contragosto que o morto-vivo viesse com ela.

Ereshkighul arriscou um sorriso perverso, subindo no disco flutuante com a elfa. O disco então ergueu-se aos céus, viajando com certa lentidão, conforme os dois arcanistas seguiam a trilha arcana deixada pela bruxa.

"Aqui", murmurou Ereshkighul, indicando o ponto em que o portal provavelmente se abrira.

"Usarei as energias do rito dela para reabrir o portal, mas isso tomará algum tempo", avisou Astralena, concentrando-se e realizando gestos de poder, acumulando mais e mais energia arcana. "Fique quieto e não atrapalhe minha concentração".

Ereshkighul sorriu perversamente. Por um instante, contemplou a oportunidade de empurrar a maga elfa do disco e vê-la esborrachar-se no chão abaixo. Conteve-se, contudo. Astralena era necessária. Quando a hora chegasse, ele se livraria de todos os malditos elfos à volta dele.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O comboio estava em segurança. Astranaar trazia lembranças a Mystaluna; ela nascera no Vale Gris há três séculos, filha de uma sentinela e um druida, e passara a infância entre a floresta e a cidade. O local e seus habitantes sofreram muito com os ataques frequentes da Horda em tempos recentes, mas a sacerdotisa rogava que a Aliança pudesse dar um fim à ambição brutal do Chefe Guerreiro Grito Infernal.

Astranaar era uma cidade pequena, como a maioria dos assentamentos Kaldorei. Os elfos noturnos acostumaram-se a viver em harmonia com a natureza; suas cidades eram apenas pequenos centros de comércio e serviços, com poucas residências.

Foi andando por ali e apresentando o local a Askr e Skkegiold que Mystaluna percebeu uma comoção na entrada leste da cidade. Uma sentinela ajoelhava-se, ofegante e exausta, enquanto outras a cercavam, dando-lhe auxílio e fazendo perguntas. Algo sério tinha acontecido.

"Por Eluna! O que está acontecendo?", questionou Mystaluna ao aproximar-se, assumindo um ar altivo que demonstrava sua autoridade como sacerdotisa.

"Sacerdotisa, graças à deusa que está aqui!", respondeu uma das guerreiras que atendiam à sentinela exausta. "Um grupo de sentinelas foi atacado às margens do Rio Felfarren."

A sentinela cansada reuniu forças então para explicar melhor: "Encontramos uma elfa sangrenta de cabelos vermelhos desacordada e ferida às margens do rio. Uma bruxa humana montada num dragão de ossos surgiu em seguida para levá-la, logo antes de guerreiros da Horda nos emboscarem. Apesar de meu protesto, a bruxa me enfeitiçou e fugiu com a elfa. Minhas companheiras foram todas mortas pela Horda."

"Uma bruxa humana?", Mystaluna estranhou. Em seguida, rogou a Eluna que desse forças à sentinela, banhando-a em luz prateada. Vendo a elfa recuperar subitamente o fôlego, a sacerdotisa questionou: "Conte-me mais. Não poupe nenhum detalhe."

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Frio. Dor. Atordoada e caída ao chão, Alamara lentamente abriu os olhos. Sentia-se fraca, faminta e perdida. Esperava deparar-se com a mata fechada do Vale Gris. Ao invés disso, notou-se num porão decrépito e escuro, que nada se assemelhava com qualquer construção que pudesse encontrar no norte de Kalimdor. Mal tinha forças para se erguer, e ao tentar sentiu um choque súbito e doloroso ao tocar numa parede invisível. A caçadora caiu em seguida no chão. Nesse instante, notou que uma humana a vigiava logo além da barreira arcana.

"Quem é você?", questionou Alamara na língua humana, sua voz saindo fraca, quase um sussurro. "O que quer de mim?"
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Mensagem por Rapultinsky Sex Set 06, 2013 3:18 pm

Mesmo tendo se passado um dia inteiro desde a descoberta, Rapultinsky ainda estava horrorizado com o que seu demônio Observador lhe mostrara. Ele conhecia aquela humana, chamava-se ”Nhádia”, e o famigerado nome dela tinha má fama mesmo no conciliábulo dos bruxos de Ventobravo, mas ele simplesmente não podia imaginar os motivos da bruxa para ter sequestrado a Sindorei, era fato que aquilo não era meramente em razão de a elfa sangrenta ser “supostamente” inimiga da Aliança, o que a bruxa fizera em Vale Gris provava isso, mas então qual seria a razão?

Mais terrível, porém, que saber o que ou o porque do que Rapultinsky tinha visto, era descobrir como agir diante daquela situação, Rapul sabia ser um bruxo poderoso, destrado e hábil nas artes da demonologia, ainda assim não era páreo, sozinho, para confrontar a bruxa humana, “definitivamente precisarei de ajuda para resgatar a infeliz sindorei...” murmurou alto para si mesmo enquanto caminhava em círculos pelo seu quarto no extremo do bairro dos magos que dá para o mar, em Ventobravo.

Rapul meditava sobre o problema quando Istarillin surgiu na sua frente, o diabrete estava todo machucado e de sua legião de sete diabretes apenas dois haviam voltado com ele.

“Mas que infernos você está...” começou a questionar o bruxo ao seu lacaio, mas não teve a chance de terminar.

“Perdão amo, mas não pudemos contê-lo ele está...” a frase ficou também ficou entalada na garganta do diabrete quando uma sombra tomou a janela e um vendaval gigantesco invadiu o recinto transformando o arrumado e limpo quarto em um caótico redemoinho de pergaminhos, tintas, penas, diabretes e roupas, o próprio Rapultinsky teve de se segurar para não ser tragado pela ventania, quando então da janela do quarto que dava para o mar um enorme pássaro adentrou o recinto.

Tão repentinamente quanto tinha começado o vendaval se desfez e no meio do quarto estava não a enorme ave, mas sim um furioso Kaldorei, os longos cabelos azuis e as vestes druídicas ainda esvoaçando e os luminosos olhos ardendo estreitados.

“Agora ouça bem Rapultinsky Romavibroca!” bradou o kaldorei “Ouse enviar novamente qualquer uma dessas suas criaturas vis para me importunar, ainda mais em minha sagrada cidade e eu juro pela graça de Eluna que pessoalmente o lançarei na espiral etérea! Fui claro?”

“Eli..Elinliel.... como vai?” Rapultinsky respondeu completamente desconcertado e temeroso “co..como chegou aqui tão depressa?”

“Ora, não vos façais de ingênuo Rapul, e afinal que segredo é esse que descobristes a meu respeito que lhe incitou tão imprudente ação quanto a de enviar essas crias do caos para me prender em Darnassus? Posso saber?”

“Ora... não é nada demais e definitivamente não tem nada a ver com ninguém que você por ventura conheça...” Rapul estava tão surpreso e desconcertado, que mal se atentava ao que dizia.

O Kaldorei ergueu uma de suas sobrancelhas azuis.

“O que houve Rapul? Quem é o desafortunado?” e então os olhos de Elin se arregalaram em receio “alguma coisa aconteceu a Galuriel? Minha irmã está bem?”

“Está! Nada aconteceu a Galuriel!” Apressou-se a responder Rapul e vendo que Elin ficara mais tranquilo tentou disfarçar a situação e continuou “Veja esta confusão é totalmente minha culpa, eu quis fazer um chiste o qual percebo agora fora absolutamente imprudente de minha parte... Perdoe-me Elinliel ainda mais por tê-lo feito percorrer tão longa distância por nada...”

“Rapul... tu nunca fostes um bom mentiroso...” Continuou Elinliel “o que está acontecendo?”

Vendo-se numa situação sem saída Rapultinsky, engoliu em seco e disse “primeiro jura-me que não tomaras nenhuma ação precipitada...”

Elinliel riu, “Ora veja, tu estás a parecer Mystaluna falando quando conversou comigo sobre...” mas então o sorriso de Elinliel esmaeceu em seu rosto e a preocupação tomou seu olhos luminosos, profundamente sério ele perguntou “O que aconteceu a ela Rapul? Onde ela está?”

“Eu.. eu não posso precisar para onde ela a levou... é um lugar ermo e... Morgolon...” chamou Rapul e o grande demônio observador que ainda estava ali projetou algumas das imagens que mostrara a seu amo para que o Kaldorei pudesse vê-las.

Elinliel não disse mais nada, observou atentamente ao desfile de imagens que o demônio projetou no ar e virou-se para a janela.

“Elin, por favor...” interceptou Rapultinsky “O que você pensa que vai fazer?”

O Kaldorei nada respondeu a princípio então sua voz profunda e séria sussurrou “Vou começar a impedir que as pessoas que amo, se percam de mim.” E dizendo isso transformou-se num enorme pássaro e galgou os céus saindo pela mesma janela que entrara.

“Não! Não! Não! Maldito Kaldorei teimoso!!! Setecentos e sessenta e sete anos e ele não aprendeu nada!! Como pode ser tão impulsivo?” vociferou Rapul enquanto vasculhava pelos destroços do quarto papel, pena e tinta.

“Agora não me restou outra opção que não ser envolver também ele nisso tudo...” continuou a resmungar enquanto escrevia freneticamente no papel, o Diabrete Vil e o Observador aguardavam pacientes enquanto ouviam os resmungos de seu amo.

Rapul terminou e releu o pequeno pergaminho que havia escrito “Minha enaltecida senhora da Luz irá me odiar por ter sido logo eu o portador destas novas...” disse meneando a cabeça enquanto relia “Istarillin, leve este documento ao nosso General o mais rápido que for possível! Vá!” o Diabrete Vil desapareceu flanqueado pelo outros dois diabretes restantes.

“Morgolon, tente descobrir que outras energias estão circundando esse episódio infeliz, algo nisso tudo me parece completamente fora de lugar” disse Rapul enquanto saia do quarto e subia as escadas para o terraço do prédio, onde descansando ao sol estava Kalilstrasz, o dragão vermelho que Elinliel havia dado ainda no ovo de presente para Rapul e que Rapul amava mais do que tudo no mundo.

“Kalilstrasz, meu bom amigo, espero que tenhas descansado, teremos que voar realmente rápido!” o jovem dragão vermelho assentiu permitindo que Rapul subisse na sela que havia em seus ombros.

Já em cima do dragão Rapul criou outro olho de kilrogg, focando na imagem do kaldorei enquanto o fazia, o olhou de pronto começou a flutuar e imediatamente disparou pelos céus.

“Siga-o Kalilstraz, vejamos se conseguimos impedir Elin de se matar” e com essas palavras o belo e jovem dragão alçou vôo, galgando os céus atrás do rastro do Kaldorei.
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Mensagem por Liezel, A Luz da Aurora Seg Set 09, 2013 2:06 pm

Pisar tinha se tornado uma tortura, cada vez que a pata ferida apoiava-se no chão um rimbombar trovejante lhe subia por ela até chegar à cabeça como a explosão de milhares de trovões. Mas caminhar era preciso. Nakine sabia que suas chances de escapar eram cada vez menores – caso estivesse sendo perseguida – estava ferida e levemente desorientada. Fazia o máximo para seguir próxima a água – ocultar o cheiro ou qualquer coisa assim – não estava mais pensando direito, precisava de um canto, Nakine vagou até encontrar uma fenda entre as rochas das montanhas da floresta, e esgueirar-se ali para entrar, precisava de um minuto ou dois para que as magias de cura concedidas a ela pela Mãe Terra fizessem algum efeito, e mais um minuto para organizar as ideias, para ter noção do que fazer; só o Paladino lhe vinha à mente. Era a única ajuda, era sua única esperança.... Mas... Como chegar do outro lado do continente?

Demorou cerca de alguns minutos, quando Nakine conseguiu finalmente recuperar-se – não completamente, mas o suficiente para seguir viagem -, esgueirou-se para fora, e manteve-se por alguns momentos na forma de felino – para espreitar – precisava achar uma rota segura para a floresta dos humanos.... Do outro lado do mundo, praticamente. Maldita fosse, Alamara.


Nhádia sorriu para Alamara, como se sentisse compaixão de seu estado debilitado, como se estivesse realmente compadecida, mas a bruxa não olhava para a Elfa, e o sorriso em seus lábios logo desapareceu. Nhádia fechou o tomo que folheava enquanto esperava – uma relíquia que havia achado na Ilha do Trovão semanas atrás e que lhe colocara em uma busca perigosa por segredos das magias arcanas negras -, ela repousou o tomo sobre a mesa e finalmente voltou os olhos para a elfa.

“ - De você? Absolutamente nada.” - Respondeu a bruxa. “ - Mas é bom que tenha despertado.” - Afirmou, sorridente. “ - Logo estaremos de partida... E espero que se comporte bem durante a viagem para não termos problemas, entrar com você em Ventobravo sem sermos notadas será... Problemático, mas se você for uma boa menina, não teremos problemas.”
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Mensagem por Askr Qua Set 11, 2013 6:17 pm

Haviam-se passado algum tempo  deste que Pyrotrasz alçara voou em perseguição a serpe que conduzia Alamara para um destino incerto e durante esse tempo,  nenhuma palavra havia sido trocada pelos “cavaleiros”. Penne mantinha-se focada em sua magia e Venatore forçava seus olhos élficos na esperança de encontrar a raptora adiante.

-Como ousa!  Exclamou Penne.

- O que aconteceu?

- Ela é boa, devo confessar que ela pode ser tão boa quanto eu. Ela se tele-transportou para

fora dessas terras, para fora do meu alcance.

-Maldição!  Subitamente essas palavras saltaram da boca do paladino que começou a sentir uma raiva crescente dentro de si.

- E agora bruxa, o que faremos?

- Não sei Paladino, ainda. Deixe-me pensar por um instante.

------

Askr, que estava em sua forma humana, acabara de ouvir todo o relato feito pela patrulheira sobrevivente à Mystaluna.  Descreveu as aparências e as ações da elfa sangrenta de cabelos vermelhos, da bruxa humana que chegou montada em sua serpe e do grande leão que as atacou.

Pela descrição não restava muitas dúvidas de quem se tratavam aquelas duas figuras, elfa e humana. Qual o interesse da bruxa na elfa? Para onde ela a levou? Enquanto o worgen questionava esses fatos, seus olhos se encontraram com os da sacerdotisa e ambos perceberam que possuíam as mesmas dúvidas sobre a identidade e a verdadeira intenção da “raptora”.

Após alguns instantes de reflexão sobre o que ouvira, resolveu ele mesmo achar a resposta da primeira pergunta: São elas mesmas? Levantou-se do banco improvisado que fizera e se pos a andar em direção da saída leste, rumo à margem do Rio Felfarren. Encontrou-se com Skkegiold a quem convidou para acompanhá-lo e logo após com a Capitã Alinna, a quem pediu que o guiasse até o local.

Assim que o trio saiu da cidade, Mystaluna os interrompeu

- Aonde pensa que vai guerreiro?  Perguntou a sacerdotisa

- Ao local da emboscada. Preciso confirmar algo que está me incomodado. Acredito que você saiba o que é... Askr respondeu com um tom mais serio do que usual

-A identidade da bruxa humana......você também ....

-Só tenho uma forma de confirmar. Vai nos acompanhar?

A sacerdotisa respondeu apenas com um leve sorriso para o guerreiro, e juntos voltaram a caminhar. Seguiam lado a lado, o worgen, a elfa e o humano, e a frente a Capitã Alinna.

Ao se aproximarem do local, a capitã parou por um instante e fez sinal de silencio. Seus sentidos treinados estavam alertando-a de que havia inimigos nas proximidades. Pediu então que esperassem um pouco, pois precisava investigar o que acontecia na margem do Rio Felfarren. Retornou após alguns minutos trazendo as informações.

- Membros da Horda. Disse a capitã, para então continuar - Um elfo, possivelmente um cavaleiro sangrento, está de guarda enquanto os outros dois voam em um disco metálico.

- E os outros dois? Perguntou Mystaluna

-Uma magista élfica e um ser que não pude identificar, mas pelas roupas posso afirmar que é um bruxo.

- Skkegiold, você, a capitã Alinna e Mystaluna cuidem dos dois que estão voando. São lançadores de magia, portanto tomem cuidado e sejam rápidos.  Se forem os mesmos que emboscaram as patrulheiras, ainda estará faltando o leão para ser abatido. Vamos aproveitar o efeito surpresa.

- E o elfo? Perguntou Alinna

- Eu me encarregarei dele.

Dito isso, Askr fechou os olhos e invocou a sua fera interna. Seu corpo aumentou de tamanho,garras apareceram no lugar de suas mãos, grandes presas no lugar de seus dentes e pelos envolta de todo o corpo. Assumindo sua forma bestial estava pronto para o combate.

-----------

Enquanto a bruxa buscava mentalmente alguma solução para resolve a encruzilhada em que ambos se encontravam, Venatore observava à mata e o arredores próximo a margem do rio que sobrevoava, pensando em sua amada, quando algo chamou a sua atenção.

Após receber o comando do seu cavaleiro, Pyrotrasz obedeceu imediatamente, passando a voar mais baixo, dando a possibilidade do paladino observar melhor o fato que lhe chamara a atenção.

Viu uma leoa, muito maior que o normal, andando cambaleante. Forçou os olhos e a figura o lembrou de alguém. Alguém que já tinha visto, alguém que acompanhara Alamara em seu penúltimo encontro, próximo a Ogrimmar. Olhando novamente, não teve dúvidas que se tratava da druidesa que queria arrancar-lhe a mão daquela vez.

-Naki..., Nakine – o nome saiu de seus lábios quase que inaudíveis.

Viu a felina se esgueirar até a entrada de uma fenda entre as rochas e la mergulhar por alguns minutos. Nesse tempo, ordenou que o dragão sobrevoasse em círculos, até que visse o caminho que ela seguiria.  Deveria ir falar com ela? Ela lhe daria ouvidos? Duvidas começaram a rondar sua mente.

- O que está fazendo? Perguntou Penne ao cavaleiro sagrento, que não respondeu.

Todas essas duvidas desapareceram quando viu a taurina sair em sua forma felina.
Sem pensar duas vezes, saltou de Pyrotrasz invocando a proteção da luz, através do seu escudo divino. A luz o protegeria de qualquer dano que levaria na queda, porem, será que o protegeria das reações daquela imprevisível druida??

Atravessando as folhagens das copas das árvores, caiu em frente à felina, com um dos joelhos ao chão, envolto por uma luz branca, impedindo momentaneamente a  sua passagem, fazendo com que Nakine assumisse posição de ataque, mostrando as afiadas presas .

- Alamara está correndo perigo Nakine. Preciso de sua ajuda para salva-la... dito isso,  olhou nos olhos da druidesa.
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Mensagem por Skkegiold Sex Set 13, 2013 6:19 pm

O cavaleiro da morte apenas seguia andando o grupo calado. De repente, algo começa a acontecer. Sua mente começa a descongelar-se. Memórias, enfim eram despertadas. O cabelo vermelho, elfa sangrenta, Lordaeron, casa... O que parecia gelado e não-vivo, se tornou uma alma sedenta por sangue, sedenta por vidas. E a presença sanguínea tomou conta do espéctro do Ébano.


- Eu cuido disso. Cuidem do restante, eu vou sozinho atrás da elfa. - dizia em um tom imperativo, diferente do tom frio e tímido de segundos atrás.

Não demorou muito para que os oponentes aéreos surgissem. O cavaleiro da morte rangiu os dentes e com um urro temeroso, atraiu todos aqueles que estavam no ar uns contra os outros, com tamanha colisão fazendo-os irem ao chão e serem mortos pelo tamanho da queda, simples e brutal. Sua serpe chegou novamente e sobrevoou os ares rumo a presença viva da elfa e da humana, que o atraia de alguma forma.

- Dragões. Eu irei caçá-las. Cuidem de tudo.

E o cavaleiro da morte nos ares jogou fora seu capuz. Perto das rédeas da serpe, um elmo espectral dos Cavaleiros da Lâmina do Ébano estava preso entre os ossos da serpe. Skkegiold - Como era chamado por todos - o colocou e então nos ares desapareceu da visão do grupo.

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Mensagem por Rapultinsky Qui Set 19, 2013 12:41 pm

O solo seco rangia sob as patas de Elinliel enquanto sua forma felina, uma enorme pantera negra, caminhava sorrateiramente por aquela terra árida. Os músculos doíam, principalmente os do peito pela longa jornada à voo até o lugar que o demônio Lacaio de Rapul havia lhe mostrado.

Não demorou muito e ele avistou o casebre era decrépito e triste, bem condizente com o lugar onde se encontrava, quanto mais se aproximava mais um incômodo se instalava em seu estomago, o local estava tomado por energias vis, e lembranças desagradáveis de batalhas antigas contra demônios invadiram a mente de Elinliel.

Assumiu sua forma Austral, afinal de contas se ia enfrentar demônios era melhor que o fizesse em sue potencial máximo, não era um feral era um druida do Equilíbrio e era sua coroa de estrelas sobre sua forma espectral que confrontaria a temível mulher que raptara sue coração.

A porta do casebre foi estilhaçada pela explosão astral de Elin, milhões de pedacinhos de madeira putrefata espalhando-se pelo ar do interior do casebre, a forma austral de Elin adentrou o recinto e as pequeninas estrelas sobre usa cabeça lançavam tênues luzes prateadas no ambiente desolado do lugar, mas a tirar por ele mesmo o casebre estava vazio. Uma certa desolação tomou o coração de Elin. Teria Rapul se enganado? Teria ele indentificado erroneamente o local?

Foi quando Elin percebeu uma leve ondulação no ar, seus solhos se estreitaram havia alguma coisa ali, alguma coisa vil que o impedia de ver a realidade, mas nãos seria isso que o impediria de salvar Alamara, concentrou-se em esvaziar a mente, ativou sua proteção Cenariana, enrijeceu sua pele como se fosse uma casca de árvore e equilibrou suas energias do Sol e da Lua, aquilo o deixava vulnerável, mas ampliava seus sentidos e em sua mente ele rezava a Eluna que o abençoasse naquele momento com proteção e clareza.

Vários instantes se passaram até que sua percepção se ampliasse o suficiente para que ele enxergasse.

Uma intrincada trama de runas demoníacas e bruxarias mantinham oculto, logo à sua frente, um alçapão. Com um raio solar Elin destruiu o alçapão e saltou para a escuridão daquele covil.

O covil no subterrâneo da casa era grande e mórbido, assim que seus olhos se acostumaram com a claridade do ambiente Elin quase teve certeza de estar em um posto avançado do Martelo do Crepúsculo, chamas vis e luzes roxas davam ao ambiente um tom todavia ainda mais lúgubre, livros amaldiçoados e profanos espalhavam-se aos milhares entulhando-se onde era possível como milhares de vermes disputando o espaço de cadáver, o lugar po ´rem estava vazio, completamente vazio e Elin estava prestes a se convencer que fora uma perda tempo ir até ali, que houvera efetivamente errado o local quando o cheiro assaltou suas narinas.

Elin jamais deixaria de reconhecer aquele perfume, um cheiro de floresta, de fins de tarde ensolarados, de flores silvestres e almíscar, era o perfume que o Kaldorei mais prezava no mundo, o perfume que ele tivera tão poucas vezes junto de si, mas que desejou ter para sempre, o perfume de Alamara.

O mero fato de saber que ela havia sido posta ali, presa ali e que ele havia falhado em resgata-la, que chegara tarde demais encheu Elinliel com um ódio profundo e vasto, sobre o casebre uma enorme e negra nuvem se formou relâmpagos e estrelas cadentes desçeram dos céus sobre a decrépita construção enquanto os ventos revoltosos açoitavam e destruíam tudo dentro do vortex de fúria do druida Kaldorei.

Quando saiu do meio dos destroços do casebre a fúria de Elinliel ainda não havia sido aplacada, o kaldorei olhou para trás e vislumbrou os restos do lugar, não havia permitido que nada ficasse em pé, inteiro ou intacto nenhum tomo, nenhum livro, nenhum móvel, nada, havia reduzido tudo ali a uma grande pilha de cinzas e fragmentos, olhou ainda com desprezo para o lugar e como arremate obrigou que enormes vinhas negras e espinhosas crescessem naquela terra árida e engolfassem as ruínas do casebre, entrelaçando-se no local de tal modo que fosse impossível reconstruí-lo ou dele resgatar qualquer coisa.

__________

Rapultinsky finalmente vislumbrou à distância o Kaldorei, ele estava parado naquela terra árida diante de uma construção já em ruínas que estava sendo dragada por vinhas negras e espinhosas,

Seguir Elinliel não havia sido fácil e por mais que Kalistrasz houvesse se esforçado eles tinham ficado bem para trás, com gesto delicado Rapul pediu que seu dragão descesse e esse descrevendo grande círculos decrescentes logo pousou no solo à alguns metros do kaldorei.

“Elin....” chamou Rapul engolindo em seco, o kaldorei parecia transtornado

“Ela esteve aqui Rapul, mas eu a perdi.... de novo...”

“Ora meu amigo, você não a perdeu... não ainda.... não se culpe, duvido que qualquer um pudesse ter chegado aqui antes de ti... eu sei... eu tentei....” gracejou Rapul tentando levar alguma leveza ao coração de seu amigo.

A sombra de um sorriso triste pareceu passar como um vulto pela face de Elin, e Rapul percebendo a leve melhora no ânimo de seu amigo continuou.

“Ela estava viva, e por enquanto integra fisicamente, isso é certo... precisamos nos concentrar para descobrir para onde ela foi levada agora...”

Elin pareceu assentir discretamente.

De repente o Diabrete Vil de Rapul se materializou diante do gnomo.

“A Mensagem foi entregue meu amo, conforme ordenado....” disse o diabrete sorrindo

“Mensagem? Que mensagem Rapul?” interpelou Elinliel

“Eu... eu mandei avisar nosso General da situação...”

“E posso saber o motivo?”

“Ora Elin... ele precisava ser avisado... essa situação toda está fora de controle... olhe pra você nem parece o druída centrado que sempre foi!”

“Ele não tem mais nada a ver com ela, tem as próprias preocupações e responsabilidades... Ele não precisa ser chamado para zelar pela segurança dela, ela já tem quem zele por ela, eu! A única coisa que conseguistes foi jogar mais esse fardo sobre os ombros dele e ainda perturbar o já frágil relacionamento dele com a sacerdotisa, gnomo tolo!” bradou Elinliel numa clara manifestação e ciúmes

Rapul ficou atônito com a explosão de ciúmes de Elin e não pode responder nada.

“Agora vamos, leve-nos de volta Rapul, temos muito que fazer!”

Rapultinslky ficou indignado com o kaldorei, mas nada disse ele estava descompensado e uma discussão não ajudaria em nada, acertaria as contas com o elfo noturno tão logo aquela situação fosse resolvida, era impressionante como aquela Sindorei em especial tinha um dom para enlouquecer a mente dos que se aproximavam muito dela.

Ainda resmungando, Rapul abriu um grande portal demoníaco direto para um local já preparado por ele para situações como aquela em Ventobravo.

O jovem dragão vermelho, o kaldorei, o gnomo e o diabrete atravessaram o portal que se fechou atrás deles deixando apenas as vinhas negras e espinhosas como testemunhas de sua breve passagem por aquelas terras amaldiçoadas.
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Mensagem por Viajante, o Cruzado Seg Set 30, 2013 5:08 pm

Aviso escreveu:OFF: Ufa! Devo estar escrevendo isso há duas semanas ou mais... A história tomou um rumo completamente imprevisto, e esperava que cada um colaborasse com um personagem cada.

Askr tomou decisões por personagens meus e pelo Skkegiold. Não gosto disso. Não tomem decisões pelos personagens dos outros. Sempre deem ao próximo a chance de decidir o que fazer. Não vou ignorar as decisões tomadas, mas as que me desagradarem terão consequências imprevistas.

A última contribuição do Skkegiold foi meio... confusa... Um tanto desconexa dos eventos. Então tomei a liberdade de interpretá-la da forma como achei mais interessante para o rumo da história.

De resto... não gostei de terem incluído o Viajante na história. A presença dele rouba muito do livre-arbítrio de todos, visto que ele é em essência um líder quintessencial e todos vão esperar dele decisões sobre o que fazer a seguir, quando na verdade são vocês quem tem que tomar decisões.

E engraçado como um conto que rodar em torno da Alamara acabou mantendo-a inconsciente/desaparecida praticamente a história toda... O plano original era levá-la a Astranaar como prisioneira, e aí vocês teriam a chance de interagir com ela. Agora não faço ideia de para onde a história está indo.... hahaha
Parte 6 - Confronto

"Entrar em... Ventobravo...?", murmurou temerosamente Alamara, juntando forças para erguer a cabeça e fitar a humana diante dela. A elfa, fraca e confusa, não sabia se aquilo era realidade ou devaneio, mas buscou guardar as feições da mulher. Em seguida, Alamara se ergueu o suficiente para sentar-se no chão frio, apoiada à parede de rocha oposta à invisível muralha arcana que a aprisionava. Nada mais disse, apenas tentou recobrar totalmente a consciência e quem sabe as forças.

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"Quem ele pensa que é para primeiro me tirar de meu posto em Astranaar, e agora achar que pode coordenar nossas ações aqui?", murmurou a Capitã Alinna à sacerdotisa Mystaluna, tão logo Askr esgueirou-se para longe.

Mystaluna fitou Alinna com uma face de derrota. Sentia-se desconfortável sob o olhar da Capitã, que com certeza só aceitara vir ali e receber ordens de um estrangeiro porque implicitamente acreditava que Mystaluna, como autoridade maior, apoiava as ações do guilneano. Essa não era exatamente a situação.

Mystaluna também viera a contragosto, movida por sentimentos pessoais. Sabendo que Askr estava se envolvendo numa situação perigosa e que ela incapaz de convencê-lo a não se arriscar, a sacerdotisa preferira acompanhá-lo e protegê-lo. Mas tudo naquela situação a incomodava.

"Concordo", respondeu Mystaluna à Capitã. "Volte a Astranaar, cumpra seu papel como defensora da cidade. Mas, uma vez lá, organize um grupo experiente de Sentinelas para patrulhar esta área e nos encontrar."

"Sim, sacerdotisa", respondeu a Capitã, "mas temo em deixá-la aqui sozinha com o guilneano e o cavaleiro da morte. Isto pode ser uma armadilha, e nenhum dos dois está tomando quaisquer medidas prudentes. Não sabemos quem enfrentamos nem por quê."

"Eu sei", disse Mystaluna, "mas ambos viriam aqui de qualquer jeito, e não posso deixá-los desamparados. Não tenho nenhum amor pela tal elfa sangrenta... se é que a tal elfa encontrada é a ela mesmo... Mas a descrição da bruxa humana me preocupa. Vá, Capitã, e que Eluna a proteja."

Alinna endireitou a coluna, ergueu a cabeça e bateu a mão ao peito, em sinal de respeito e continência, e então silenciosamente desapareceu nas matas sombrias de Noturcanto.

Mystaluna então fitou os céus, obscurecidos pela vegetação densa, e repetiu a si mesma: "E que a Deusa nos proteja também".

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Primeiro uma seção da floresta gemeu e balançou como se atingida por ventos poderosos e cadenciados. Em seguida, uma revoada de pássaros escapou da copa das árvores. Por fim, a imensa forma de uma serpe morta-viva ergueu-se acima da mata. Ereshkighul fitou a aparição da criatura com curiosidade e receio. Ao lado dele, a magistra Astralena sentava-se em lótus sobre o disco flutuantes, invocando energias arcanas para reabrir o portal por qual Alamara fora levada.

"O que está acontecendo?", questionou a maga élfica.

"Preocupe-se apenas com o portal", murmurou o bruxo morto-vivo, cujas mãos e olhos arderam em chamas profanas, que logo se alastraram sobre o corpo dele como uma aura incandescente, "Do resto, cuidarei eu".

A serpe se aproximava em grande velocidade. Ereshkighul estreitou os olhos, focando-se na figura que cavalgava a monstruosidade, um humano de aparência doentia, provavelmente um cavaleiro da morte. Ao mesmo tempo, o bruxo gesticulava em silêncio, evocando e tecendo energias profanas da Espiral Etérea, que rapidamente ganhavam uma forma púrpura e densa logo à frente do morto-vivo.

"Ele pretende se chocar conosco!", intuiu a maga, quase perdendo a concentração.

"Só os fracos temem a morte! Fique aí, cale sua boca e cumpra seu papel, elfa", ordenou Ereshkighul. As forças evocadas pelo morto-vivo se coalesceram na forma de um grande pássaro roxo de energias profanas, o qual Ereshkighul montou, arremetendo-se em rota de colisão com o cavaleiro da morte. Em meio ao ataque suicida, o bruxo evocou uma série de raios flamejantes contra o inimigo, não conseguindo conter uma gargalhada de satisfação insana.

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Adramalor mal teve tempo de se virar e bloquear o ataque furioso. O choque de sua espada com a lâmina inimiga o arremessou para trás, mas sua destreza élfica o salvou de tombar desorientado no chão. O cavaleiro sangrento pôs-se em posição defensiva e evocou a Luz, banhando-se em energia sagrada para fortalecer-se e proteger-se.

O atacante, contudo, o guerreiro worgen Askr, rosnou e pressionou seus ataques sem chance de trégua. Empunhando suas armas, Askr parecia mais animal do que homem com sua selvageria inquietante, forçando o cavaleiro sangrento a recuar mais e mais a fim de proteger-se dos ataques implacáveis.

"Pela Glória de Quel'thalas!", urrou Adramalor, tentando um contra-ataque. O worgen provou ser um oponente mais ágil, desviando-se com facilidade e reposicionando-se para golpear novamente. Suas lâminas certamente atingiriam o cavaleiro sangrento com força suficiente para penetrarem sua armadura negro-avermelhada...

...não fosse a intervenção de Quaesitor.

Askr se viu surpreendido com a dor penetrante que surgia repentinamente em suas costas. De relance, notou um segundo elfo sangrento, este vestindo armadura mais leve de tom esverdeado, perfeito para se confundir com a mata ao redor. A lâmina da adaga do ladino penetrou fundo entre as juntas da armadura do worgen. Pior ainda, o veneno das lâminas de Quaesitor logo começariam a nublar a mente e os reflexos de Askr.

Deixando-se levar pela fúria, Askr abriu os fraços e girou o corpo com o intuito de golpear ambos os adversários ao mesmo tempo. Adramalor bloqueou o ataque, enquanto Quaesitor se evadiu para as sombras da mata, desaparecendo novamente.

"Cuide dele, Adramalor", a voz de Quaesitor ecoou em talassiano, "há mais inimigos na mata. Tratarei de distraí-los".

Adramalor sorriu, fitando o worgen enfraquecido. "Anu belore dela'na!", urrou o cavaleiro sangrento, primeiro erguendo a mão na direção do oponente, fazendo com que um raio de Luz caísse dos céus para atordoá-lo. Em seguida, o elfo empunhou a espada com ambas as mãos, iluminando-a em poder sagrado, e se lançou numa investida impiedosa.

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Como um animal acuado, a forma leonina de Nakine rosnou para o elfo sangrento que surgia subitamente. Demorou alguns segundos para reconhecê-lo, mas mesmo assim continuou a fitá-lo com as presas mortíferas à mostra. Afinal, a druidesa não tinha motivo algum para gostar de Venatore ou confiar nele. De fato, seu primeiro impulso, o de arrancar a mão do elfo com uma mordida, ainda se mantinha como uma alternativa viável e até agradável.

"Nakine, sou eu, Venatore", disse o elfo, estendendo a mão a ela, alheio ao risco de perder de membro.

A taurena permaneceu na forma felina, acuada na fenda em que escolhera se esconder para curar-se. A druidesa logo percebeu outra figura esgueirar-se por trás de Venatore, aproximando-se em meio à densa vegetação. Antes de decidir se deveria avisar o elfo ou não, Venatore foi atingido e derrubado pelo bote certeiro de um leão. Não um leão comum, constatou Nakine, mas um druida tauren como ela própria em forma de combate.

"Quem é você?", o druida agressor, Anshek, inquiriu logo após imobilizar Venatore com o peso de sua forma felina. A fim de intimidar o elfo, Anshek permaneceu naquela forma feroz, mostrando suas enormes presas numa atitude ameaçadora. "O que quer aqui? É amigo ou inimigo?"

Nakine pensou em aproveitar a oportunidade para saltar de sua fenda e lançar-se na direção da mata. Talvez pudesse assumir a forma de pássaro e voar para longe. Porém, colocando a cabeça para fora, notou o caçador troll esgueirando nas sombras ao lado de um raptor, seu arco preparado para alveja-la tão logo ela decidisse abandonar a proteção da fenda.

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Acerto de Contas - Conto Interativo 1-0

Em Ventobravo, quando Rapulstinsky e Elinliel surgiram através do portal criado pelo bruxo gnômico, depararam-se com um homem os esperando. Vestia armadura pesada, reluzindo em prateado e dourado, e mantinha uma presença austera e imponente. O humano moveu pouco, parecia mais uma estátua, o que indicava posição defensiva diante de uma situação desconfortável, mas seu olhar sob o elmo logo se direcionou para o gnomo.

"Recebi seu recado, Rapultinsky", disse o paladino sem nome conhecido pela alcunha de Viajante, "agora preciso de todas as informações que puder me passar".


Última edição por Viajante, o Cruzado em Qua Out 09, 2013 7:16 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Skkegiold Seg Set 30, 2013 5:52 pm

- Deveria temer a morte.. - Fala em tom exaltado e dominador - Pois ela está diante dos seus olhos! A magia da sua senhora não irá lhe salvar!!

O Cavaleiro da morte cerrou os dentes e foi seguindo em direção ao bruxo. Esperando o momento certo, o machado da guerra do Lich Rei salta contra a Serpe inimiga. Sua serpe sobrevoa os céus, se esquivando da serpe inimiga e Skkegiold invoca a Zona Anti-Magia sobre a área. Um corte direto no peito, um Golpe da Morte direto. caiu sobre o corpo do bruxo e outros golpes seguidos foram atingindo-o. Sem piedade, Uma lâmina rúnica dançante é invocada, como uma cópia da lâmina mortífera de Skkegiold, não havendo nenhuma humanidade de sua vida como camponês em Lordaeron em seus olhos gélidos e maléficos, banhados pelo sangue de guerra.



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Mensagem por Liezel, A Luz da Aurora Ter Out 01, 2013 8:25 am


“No ar causticante,
carregado de ódio,
paira uma pergunta:
quando a fúria tomará você?



“- O Bispo entrou na jogada, como você previu que seria.” - A criatura, Alamara pode ver, era feita de sombras, e surgiu também a partir delas, frente a humana de cabalos cor de sangue. Ela por outro lado, parecia desinteressada no que o demônio dizia, suspirou pesadamente e olhou pela sala.

“ - O “Anjo Azul” está sozinho. Com todos os olhos voltados a ela....” - Então a humana olhou Alamara e sorriu perversamente. “- Ela está desprotegida.” - A mulher se moveu, chutando alguns livros no caminho enquanto se aproximava de Alamara, ela a observou e voltou a sorrir. “ - Diga para alguém vir prepará-la para a viagem... Eu tenho... Tenho de ir à Igreja.” - Nhádia lhe deu as costas, então, abandonando-a ali.


[…]

“ - Nerisseris?”

A Elfa havia parado sua caminhada, virado-se para trás, olhando através das nuvens para um horizonte negro e desconfortável: nuvens carregadas fechavam-se para todos os lados, anunciando uma forte tempestade, ali no Pico da Serenidade, ela sentia-se estranhamente desconfortável.


“ - Algo horrível vai acontecer.” - Disse a Elfa ao Padaren à sua frente. “ - Algo horrível. Preciso voltar à Darnassus.”


[…]

https://www.youtube.com/watch?v=jPaGE24vpio" Musiquinha pra dar clima a cena :

Por um momento, as coisas deixaram de ser claras e brandas. O ar havia me deixado e tive de me apoiar numa das pilastras, como se tudo houvesse sido roubado de mim em um instante. Não podia compreender a sensação até entender de quem se tratava. Levantei meu rosto para vislumbrar sua presença escura e sombria na porta. E apenas uma coisa me vinha a mente naquele instante.

“ - Por quê?”

“- Sacerdotisa.” - Ela disse, não poderia saber se sorria ou não, seu rosto coberto por aquela horrível mascara impedia de saber. Ela deu um passo em minha direção – e cada passo dela me soava como uma tortura – as forças me deixavam. Pela Luz, o que ela estava fazendo?

“ - Sabe, encontrei algo interessante na floresta.” - Neste momento, ela movera-se de novo, e eu cai de joelhos, ofegava como se houvesse corrido por horas. Onde estavam os outros? “ - Uma elfa.”

“- Alamara? Pela Sagrada Luz, Nhádia. O que você fez?”

“ - Nada. Ainda. Quero dizer. Sabe quem saiu correndo em defesa da elfa? Acho que sabe. Claro que sabe.”  - Não posso mais olhar para ela, sei que tenta encher-me destes sentimentos sombrios, jogando-me contra o paladino... Sei que...

“ - É da natureza dele.” - Eu respondo, e então a vejo tão próxima que sinto-me enjoada, sua mão coberta pela luva toca meu rosto e segura-me o queixo, forçando-me a olhá-la.

“ - Claro que é.” - Ela responde. “ - Claro que é.” - E tudo se torna escuridão.

"- Nhádia... Não..."

….

Nhádia dá um passo para trás, observando a sacerdotisa desacordada a sua frente, sente-se estranhamente incomodada; Liezel de certa forma não tinha nada a ver com isso, era apenas mais uma vitima, mas uma pequena vida pega na tempestade de suas vinganças pessoais, no fundo, até gostava dela. Não sussurrou-lhe algo, não. A bruxa se abaixou e pegou o cajado da draenaia, olhou-o por um momento, seus pontos delicados, seus ares angelicais. Típico da “Luz da Aurora”, sorriu de novo. Sabia que não podia carregar a draenaia, ela era vezes maior que si, mas isso não era exatamente um problema. Daria um jeito de levá-la, de qualquer forma.

“ - Preciso de um feitiço.” - Disse ela a forma sombria à suas costas. “ - Que me permita contar algo para Viajante, e que não o permita contar a mais ninguém: Preciso dizer a ele onde ambas estarão, mas ele não poderá contar a mais ninguém, sendo assim... Só podendo escolher uma a quem salvar. Encontre algo assim.” - a criatura assentiu, e num piscar, desapareceu dali com a draenaia.

Nhádia virou-se para a saída, contemplando a imensidão da Capela em que se encontrava, o cajado em suas mãos parecia pesar toneladas; e podia ver leves traços de fumaça deixando-lhe as luvas, suspirou profundamente, só precisava entregá-lo ao destinatário agora e o recado estaria dado. No fundo, ainda onde lhe restava um rastro de consciência, questionava-se o que estava fazendo, e pelo que estava fazendo, mas esses momentos de lapsos passavam, quando as sombras lhe cobriam novamente.

[…]

Alamara havia sido deixada com uma jovem estranha, de aparência frágil, sua pele era muito pálida, olheiras enfeitavam seus olhos e seu cabelo negro era fino e curto. Ela fazia algum tipo de pequeno ritual, para manter a elfa sobre controle – já não estava mais envolta na 'cela' em que se encontrava inicialmente -, mas sua força ainda era mitigada por algo.

“ Não é você quem ela quer.” - Falou a menina, em determinando momento, havia terminado seu ritual. “ - Ela apenas a usou para desviar a atenção do Anjo Azul. Provavelmente vai te libertar em breve, não se preocupe.”


[…]

“Quando o abismo olha para você...
Você põe o dedo na cara dele e
mostra quem é que manda nessa mer@%#!”


Aquilo não tinha sido uma boa ideia, mas o que se esperar de um Elfo? Sério? O que se esperar de um maldito elfo? Nakine rosnou, seu peito preenchido de fúria, medo e dor. Seu olhar era assassino: olhar de um predador, afinal de contas. E demorou cerca de um terço de segundo para reconhecer de quem se tratava: o que não mudava seus sentimentos.

Por um instante, um breve e adorado instante, viu-se agarrando-lhe a jugular, viu o sangue e a dor preencher o espaço entre ela e o elfo. E então, voltou a si: aquilo era idiotice, por dois fatos simples:

Primeiro. Elfo deveria ter um gosto horrível. Segundo, ele não estava sozinho. E terceiro, havia atraído todos os infelizes perseguidores.

Por que infernos, ela se perguntava, porque infernos, seu destino continuava a se traçar com os malditos elfos? O que diabos havia de errado no Sonho Esmeralda? E então, o ataque. Nakine rosnou baixo em reação; aquela situação lhe incomodava.

“ - Eu gostaria de saber.” - Disse a druidesa, seus olhos de felino observando o caçador, antes de voltar-se ao Tauren. “ - Por que um Shu'halo serve de marionete a um bruxo morto-vivo e um bando de elfos idiotas.” - Precisava de tempo, precisava de um segundo para por as ideias no lugar, para traçar um plano. " - Somos irmãos, e você permite que um Troll caçador me encurrale e ameace? Qual teu nome, Shu'halo? Qual teu nome? Porque a Mãe Terra o observa!"


Última edição por Liezel, A Luz da Aurora em Ter Out 01, 2013 11:35 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Rapultinsky Ter Out 01, 2013 10:09 am

Como sempre acontecia quando o encontrava, os músculos de Elinliel se retesaram.

O Paladino era uma presença forte e poderosa, quase opressora, Elin tinha vivido no mínimo sete vezes e meia a mais otimista das expectativas de vida dele e ainda assim, em certos momentos, se sentia perto daquele humano como um jovem inexperiente. Talvez fosse isso que sempre o deixava desconfortável diante da presença de seu general essa sensação de vulnerabilidade repentina que o acometia, Mas não naquele dia naquele dia havia mais o incomodando, perturbando incitando quase uma fúria.

Rapultinsky, como era de se esperar, já tinha acatado o pedido do General e falava a uma velocidade assustadora tudo o que sabia a respeito dos acontecimentos recentes envolvendo Alamara e Nhádia fazendo questão de que seus lacaios vis pontuassem a narrativa com imagens e relatos.

“E então achei Elin naquela planície devastada destruindo o que restara das ruínas de uma velha cabana onde, aparentemente, ela foi mantida em cárcere antes de ser transferida para outro lugar que não posso imaginar qual seja... Embora Morgolon já esteja trabalhando nisso... o que me incomoda mesmo, no entanto, é motivo não consigo ver porque ela faria uma coisa dessas e...” – Rapul não parecia dar sinal algum de que algum dia pararia de falar.

“É o suficiente Rapul, obrigado.” - interrompeu-o Viajante, de modo brando e compassivo, como era seu costume.

Naquele momento os olhos do pladino se ergueram e cruzaram com os do Kaldorei e o humano fitou Elin nos olhos do modo profundo e quase perturbador, naquele momento, porém, Elinliel não sentiu o respeito reverente e saudável que sempre nutrira pelo General, sentiu dentro de si uma fera rugir, não eram seus instintos felinos druídicos, mas outra fera, um tanto mais sombria e bem mais perigosa o ciúme, e por isso susteve o olhar do Paladino, quase o desafiando, o maxilar trincado e a pose altiva. Uma parte de si não acreditava em quão tolo ele estava sendo, quão imaturo, não havia por que se sentir assim em relação ao nobre Paladino, mas ainda assim ele não podia evitar, milhões de pensamentos dos mais desrespeitosos aos quase homicidas jorravam dentro da mente antiga e profunda de Elinliel, se era verdade que os elfos tinham todas as habilidades ampliadas, era também verdade que seus sentimentos também o eram.

“Há algo que queira me dizer Elinliel?” –perguntou o Paladino num tom bondoso e mesurado que só pareceu inflamar ainda mais os sentimentos de Elin.

“Sim.” – respondeu Elin entre dentes tentando controlar o que dizia – “Por Eluna, não vislumbro que interesse possa haver de vossa parte neste assunto, a Sindorei não lhe diz mais respeito...” – as palavras saíram controladas, mas furiosas e Elin achou prudente interromper-se antes que falasse coisas demais, coisas das quais não poderia se retratar.

O Paladino, ao invés responder ofendido, ou furioso, sorriu um sorriso triste e melancólico que involuntariamente fez com que boa parte da fúria de Elin se tornasse desconforto, e desconcerto.

“Ah meu amigo...” disse o Paladino ao Kaldorei num tom quase cúmplice – “eu o adverti sobre os perigos de se envolver com ela, não adverti?” – perguntou retoricamente.

Elin não soube o que dizer, sua raiva quase que completamente fenecida pela vergonha de ver quão maduro aquele humano, apesar de tão jovem para seus padrões, se mostrava.

“Eu... eu... simplesmente não pude evitar...” –foi tudo que o Kaldorei foi capaz de responder

“Eu sei...” – foi a resposta mais do que compreensiva do Paladino.

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Rapul assistia ao diálogo dos dois estupefato, ali estavam dois dos seres que ele mais admirava e tinha em alta conta em toda a Azeroth tendo a discussão mais escalafobética que ele já tinha ouvido, sua vontade era gritar que infernos os dois tinham na cabeça e estapeá-los até que voltassem à sanidade, afinal eles estavam diante de uma crise, a Sindorei era importantíssima, sme dúvida afinal tinha sido a pivô daquilo tudo, havia porém um fato mais urgente a se tratar, o fato é que havia um bruxa enlouquecida e poderosa executando um plano elaborado e maligno com um objetivo completamente desconhecido, não era logicamente possível supor que ele fosse o único a se preocupar com isso.

Ele estava pronto a intervir na conversa dos dois quando o paladino acabara de falar, mas todos foram surpreendidos pelo minúsculo diabrete que se materializou no meio dos três.

A criaturinha era velha e encarquilhada e ao vê-la Rapul sentiu como se houvesse levado um soco no estomago, o ar fugiu de seus pulmões e o sangue, de sua pele, a vertigem o assaltou tão depressa que ele não resistiu e caiu sobre seus joelhos, imediatamente começando a se balançar como um autista em desolação total.

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Elin assitia estarrecido a cena, quando por fim o gnomo caiu sobre seus joelhos e parecia estar a beira de um colapso, o kaldorei se prostou ao seu lado, juntamente com o Paladino, segurara o gnomo, era estranho vê-lo assim quase catatônico só então se percebia quão frágil e pequeno fisicamente ele realmente era.

“Rapul... Rapul!” – chamou Elin tentando trazer o jovem bruxo de volta à realidade

O Paladino evocou suas habilidade sanadoras banhando o gnomo em luz para evitar que entrasse em choque.

“Ela era tão linda quando a vi pela primeira vez...” murmurou Rapul pra ninguém em especial –“ eu estava encurralado e ela apareceu, como um anjo enviado pelos titãns, bramia a luz como uma espada e sua aura era a mais formidável das armaduras, nunca tinha visto criatura tão bela antes de vislumbra-la, não pude resistir e quando ela disse que se ia, pedi para que meu mais antigo e fiel lacaio ficasse sempre de vigília, para que eu smepre soubesse o que ocorresse a ela... minha Exaltada Senhora da Luz, Liezel...” e dizendo isso apontou trêmulo para o pequeno e encarquilhado diabrete, que permanecia estático no mesmo lugar.

Os olhares de Elin e Viajante se cruzaram brevemente e então se lançaram sobre a figura enrugada e carcomida do pequeno diabrete, foi só então que Elin vislumbrou na diminuta mão do demôninho uma larga tira de tecido prateado, que Elin soube imediatamente o que significava.

Seu coração se apertou e ele voltou sua vista para o Paladino.

O humano ainda não se movera, e tudo parecia quieto e calmo demais, pairava sobre o ambiente aquela plácida e terrível quietude que precede às catástrofes, as batalhas e as grandes ações, como se o mundo houvesse tomado um último folego, pouco antes de saltar.
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